tag:blogger.com,1999:blog-43711768293985719512024-02-07T11:23:27.029-08:00trashadvisorAnna Vitóriahttp://www.blogger.com/profile/09694579643174167659noreply@blogger.comBlogger15125tag:blogger.com,1999:blog-4371176829398571951.post-72543545069449945802019-12-30T09:51:00.000-08:002019-12-30T09:51:12.431-08:00Ideias para adiantar o fim do mundo: uma retrospectiva de experiências paulistanasA coisa mais distópica que vi em São Paulo esse ano foi o Largo da Batata (<i>"Potato Square"</i>) vazio exceto por uma porção de entregadores dos aplicativos <i>Rappi</i>, <i>iFood</i> e <i>Uber Eats</i> esperando pela próxima corrida. Era uma noite de domingo e depois soube que aquele havia sido o dia mais frio do inverno em 2019, o que talvez explique a completa falta de movimento num lugar que costuma ser tomado por jovens bebendo Corote Sabores™ nos fins de semana.<br />
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Não satisfeita em estar na rua no dia mais frio do ano, eu estava em um date no dia mais frio do ano, e o Largo da Batata (<i>"Potato Square"</i>) era nosso último destino desesperado depois de encontrarmos alguns bares fechados e de sermos expulsos de outros dois que resolveram fechar mais cedo por causa do frio. Andar por uma São Paulo vazia naquela noite de domingo foi como andar por uma São Paulo do mundo invertido, foi uma falha na Matrix da metrópole, eu e aquele garoto uma espécie de sobreviventes de um apocalipse obviamente causado pela economia de inovação e o aquecimento global.<br />
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Terminamos a noite dando uns amassos no sofá da <i>Void</i>, também vazia. Foi minha primeira e até agora única experiência na <i>Void General Store</i> e não posso reportar muito do local, pois não consumimos nada. Pouco antes da meia-noite um garçom começou a limpar a garganta perto de onde estávamos, assim como fazem nos filmes, e avisou que eles estavam fechando. Nós ficamos encostados na parede rindo e soltando fumaça pela boca achando graça daquele Largo da Batata (<i>"Potato Square"</i>) deserto enquanto esperávamos nosso <i>Uber</i> chegar.<br />
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Se eu fosse escrever uma ficção científica sobre nossos tempos essa definitivamente seria a cena de abertura. No cenário pós-apocalíptico, restam as baratas, os aplicativos e os jovens que só querem um lugar tranquilo pra se pegar.<br />
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Sofá da <i>Void General Store</i>: 10/10<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYCrU5Vdf5JoR5LQZssWKwAOxxoJxB3e_lsfe8TCdsUsJiH1xWot8lwBmecGLWktHBQMf0iUvjSSJpsIaTXvFO8JWa2v73XFCqsRIESRSKnRTyTmLiMKQBfGlrMgHridxrpymP2bkEu6I/s1600/concluido-largo-da-batata-em-sp-nao-tem-banco-1399718107266_615x300.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="615" height="195" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYCrU5Vdf5JoR5LQZssWKwAOxxoJxB3e_lsfe8TCdsUsJiH1xWot8lwBmecGLWktHBQMf0iUvjSSJpsIaTXvFO8JWa2v73XFCqsRIESRSKnRTyTmLiMKQBfGlrMgHridxrpymP2bkEu6I/s400/concluido-largo-da-batata-em-sp-nao-tem-banco-1399718107266_615x300.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Largo da Batata (<i>"Potato Square"</i>) - (Foto: <a href="https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2016/10/01/agora-e-oficial-sp-tem-batata-square.htm">Moacyr Lopes Junior - <b>Folhapress</b></a>)</td></tr>
</tbody></table>
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A segunda coisa mais distópica que aconteceu comigo em São Paulo foi ser abordada por um gringo oferecendo drogas na saída da estação<i> Eucaliptos</i> da <i>Linha 5 - Lilás</i> do metrô.<br />
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Andar na <i>Linha 5 - Lilás</i> do metrô já é, em si, uma experiência distópica. Para começar, ela é lilás. As pastilhas que decoram a estação são lilases, os trens têm detalhes em lilás, o ar-condicionado é sempre muito frio, do tipo que deixa nossa unha meio lilás. Depois, ela fica tão embaixo da terra que o celular não pega de jeito nenhum, um tipo de isolamento que nenhuma outra linha proporciona e que surge como uma surpresa nos nossos tempos de hiperconectividade graças ao advento das redes sociais.<br />
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A saída da estação <i>Eucaliptos, </i>que faz parte da<i> Linha 5 - Lilás </i>do metrô<i>,</i> dá para um pátio de concreto que também é majoritariamente habitado por entregadores dos aplicativos <i>Rappi</i>, <i>iFood</i> e <i>Uber Eats, </i>mas que sempre parece vazio e quieto de um jeito estranho, principalmente porque está localizada em frente à sempre movimentada Avenida Ibirapuera e ao shopping Ibirapuera. "Estranho", no entanto, não é um conceito estranho para a zona sul de São Paulo, por onde passa a <i>Linha 5 - Lilás</i> do metrô, e para a cidade de São Paulo, de modo geral.<br />
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Nesse dia, enquanto esperava minha amiga Clara sentada em uma mureta do pátio, um homem se aproximou e disse algo que não entendi bem porque estava de fones. Quando desliguei a música percebi que não entendia direito o que ele estava dizendo porque ele não falava português, mas algo entre português e espanhol com o sotaque muito carregado. Ele disse que eu era muito bonita e me convidou para fumar com ele e outro amigo que estava sentado adiante. Então minha mãe tinha razão, as pessoas realmente faziam isso.<br />
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Recusei e agradeci do jeito mais firme que consegui, ele insistiu e disse que eles só queriam fumar e conversar; recusei de novo, então ele tirou do bolso um beck muito bem bolado e quis me dar de presente, porque eu era muito bonita. Eu estava usando uma calça de moletom cor-de-rosa e uma camiseta da Beyoncé. Recusei meio sem acreditar que aquilo estava realmente acontecendo e quando ele se afastou o segurança da estação <i>Eucaliptos</i> apareceu pra perguntar se estava tudo bem. Disse que sim e ele fingiu não ver aqueles gringos - brancos - fumando um às 16h.<br />
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Infelizmente me senti muito descolada por vivenciar essa lenda urbana, enfim <i>cool</i> o bastante para alguém me oferecer drogas na rua.<br />
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Anna Vitória: 2/10<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjys8ic1IeubNTPwsOlywBzvyHdzPxisC5kzCkwwp_tPAFYihPYo96hyphenhyphen04fap5raqfeRqlp7Ac0_lTjl6SuXeSJ_7kGX0Sc14xpLtDp-WzzogBV4eGvWIV-Z0X6oEoD8EE448RWqwdBY0M/s1600/800px-Inaugura%25C3%25A7%25C3%25A3o_da_Esta%25C3%25A7%25C3%25A3o_Eucaliptos_da_Linha_5_-_Lil%25C3%25A1s%252C_do_Metr%25C3%25B4_%252826704652928%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="550" data-original-width="799" height="275" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjys8ic1IeubNTPwsOlywBzvyHdzPxisC5kzCkwwp_tPAFYihPYo96hyphenhyphen04fap5raqfeRqlp7Ac0_lTjl6SuXeSJ_7kGX0Sc14xpLtDp-WzzogBV4eGvWIV-Z0X6oEoD8EE448RWqwdBY0M/s400/800px-Inaugura%25C3%25A7%25C3%25A3o_da_Esta%25C3%25A7%25C3%25A3o_Eucaliptos_da_Linha_5_-_Lil%25C3%25A1s%252C_do_Metr%25C3%25B4_%252826704652928%2529.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Estação <i>Eucaliptos</i> - (Foto: <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Esta%C3%A7%C3%A3o_Eucaliptos"><b>Wikipedia</b></a>)</td></tr>
</tbody></table>
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A terceira coisa mais distópica que aconteceu não só comigo, mas com a cidade de São Paulo de modo geral, foi o surgimento do <i>Méqui 1000</i> da Avenida Paulista.<br />
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"É um <b><i>McDonalds</i></b>. Num casarão antigo onde ficava um <b><i>banco</i></b>. No meio da <b><i>Paulista</i></b>.", foi a descrição que minha amiga Anacê usou para definir o local e também para me convencer de visitá-lo, o que foi uma estratégia muito eficiente da parte dela.<br />
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O <i>Méqui 1000</i>, localizado no número 1811 da Avenida Paulista, é a milésima unidade da franquia no Brasil, onde está há 40 anos. Segundo apuração da <a href="https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/10/18/ponto-turistico-e-produtos-exclusivos-como-sera-a-loja-1000-do-mcdonalds.htm">editoria especializada Mídia e Marketing do <b>Uol</b></a>, <i>"a loja pode ser considerada um piloto do 'McDonald's do futuro'", </i>um novo ponto turístico para a cidade com capacidade para 300 pessoas sentadas, área verde, espaço para shows e eventos especiais, bicicletário, totens de autoatendimento e funcionamento 24h. Sem ironia alguma, João Branco, diretor de marketing do <i>McDonalds</i> no Brasil, declarou:<i> "</i>[O Méqui 1000]<i> É quase uma propaganda de televisão, não um restaurante".</i><br />
<i><br /></i>Enfim chegamos no futuro e ele se parece com a cidade de Pawnee. Pensando em fazer algo legal para encerrar o primeiro ano de Trash Advisor, eu e Anacê decidimos almoçar no <i>Méqui 1000</i> num sábado desses.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiKaTfZHkP7via2DqNohXydgkGQlptTKILVJQ3hqQ1DkLCQ1ffa6U1zzvvziAbCh_jbggfR5-siaxLEnhXSoifFSCDtQU8_KMjmA12Y_K5mmcR61ieNKWlkr2Q7gW76rlIU0qhjDTVIG4/s1600/IMG_7930.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiKaTfZHkP7via2DqNohXydgkGQlptTKILVJQ3hqQ1DkLCQ1ffa6U1zzvvziAbCh_jbggfR5-siaxLEnhXSoifFSCDtQU8_KMjmA12Y_K5mmcR61ieNKWlkr2Q7gW76rlIU0qhjDTVIG4/s400/IMG_7930.JPG" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fachada do Méqui 1000 (Foto - Acervo pessoal)</td></tr>
</tbody></table>
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De fato toda a experiência<i> Méqui 1000 </i>parece feita sob medida para ser reportada nesse veículo. A ideia para esse blog surgiu nos meus primeiros meses em São Paulo, porque queria registrar as experiências <i>esquisitinhas</i> que se vive por aqui nesse momento esquisitaço do mundo quando você é uma pessoa com consciência social o suficiente para se perceber parte das contradições da sociedade de consumo moderna mas ainda não possui princípios o suficiente pra deixar de pedir delivery.<br />
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Eu não queria me acostumar com São Paulo ou com todas essas coisas - nem deixar de me incomodar com as coisas ruins, nem deixar de me deslumbrar com as coisas boas. Eu também andava meio triste, frustrada, e precisava me apropriar da cidade e da minha nova vida por aqui. Deu tão certo que não consegui mais arranjar tempo pra registrar essas experiências, mas queria retomar o projeto em 2020 tendo como objetivo o melhor efeito colateral que esses posts acabaram causando: me divertir escrevendo umas bobajadas pra fazer meus amigos rirem na internet. Isso significa que precisarei voltar ao <i>Méqui 1000</i>.<br />
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A verdade é que como acontece com muitos pontos turísticos e como a cidade de São Paulo de modo geral, a experiência no <i>Méqui 1000</i> foi atrapalhada e talvez arruinada pelo <i>hype</i> do local. No dia que fomos o local estava tão cheio que foi difícil me concentrar na FRUIÇÃO daquele espaço e no tipo de imersão que ele propõe ao oferecer uma escultura de hambúrguer gigante pendurada no teto - em contraste com o piso de mármore e a escada do casarão, que parece um cenário de <i>As Patricinhas de Beverly Hills</i> - e um cardápio especial com 15 itens exclusivos.<br />
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As filas dos totens de autoatendimento se misturam umas com as outras e eventualmente se chocam com a fila das pessoas esperando seus pedidos e talvez esse tipo de caos seja o mais próximo que já cheguei de tentar fotografar a Monalisa. A melhor coisa que aconteceu na minha visita ao <i>Méqui 1000 </i>foi a competição que eu e minha amiga Anacê criamos de ver quem demorava menos tempo pra fazer o próprio pedido depois de passarmos uma boa meia hora vendo as pessoas se demorarem ao escolher a sobremesa e errando o próprio CPF na nota.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXYjpkhllyZhx_y2Vn7zz6qinXtARCPxmgk7giplJ6BkJR0SaKtpkIPgiLY4LDbi1M3I050Yv8ppSqrX_MaYTt7Ahn47DRDbv_eZ1eVRjGRAbF1r_wLbn_bqAqz9MdIrNd2-TnOrsPw1g/s1600/mequi10001.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXYjpkhllyZhx_y2Vn7zz6qinXtARCPxmgk7giplJ6BkJR0SaKtpkIPgiLY4LDbi1M3I050Yv8ppSqrX_MaYTt7Ahn47DRDbv_eZ1eVRjGRAbF1r_wLbn_bqAqz9MdIrNd2-TnOrsPw1g/s400/mequi10001.png" width="400" /></a></div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYUKsYEPjrX6dFbzD634uzpK3qL-OP3g7CXKpqSxLEdGtldfgrSQCP7lIW_Ce2OjGtviCgRAUM3Lya82-a_dqWTyyxN-zsXeizA0BVwX3X1HB-3-6GP5yeCsH8qAGv0ToIB8zDpM5KGmg/s1600/mequi10002.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYUKsYEPjrX6dFbzD634uzpK3qL-OP3g7CXKpqSxLEdGtldfgrSQCP7lIW_Ce2OjGtviCgRAUM3Lya82-a_dqWTyyxN-zsXeizA0BVwX3X1HB-3-6GP5yeCsH8qAGv0ToIB8zDpM5KGmg/s400/mequi10002.png" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pão de queijo burguer e McVeggie (Fotos - Acervo pessoal)</td></tr>
</tbody></table>
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Quando me fez o convite para conhecer o <i>Méqui 1000</i>, minha amiga Anacê se propôs a experimentar o famigerado pão de queijo burguer, que é exatamente isso que vocês estão pensando. Eu comi um <i>McVeggie</i> pela primeira vez para ver se o <i>McDonalds</i> estava ignorando a corrida espacial do hambúrguer vegetal por uma boa causa - a resposta é não.<br />
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Na primeira mordida, Anacê disse que o pão de queijo era ruim, mas a ideia não era de todo errada e disse que tinha certeza que até o final da refeição ela estaria achando o pão de queijo burguer bom, que é basicamente a experiência de qualquer pessoa no <i>McDonalds</i>. No entanto, ao final ela só concluiu que era muito ruim mesmo e não havia salvação para aquela experiência.<br />
<br />
O <i>Méqui 1000</i> drenou minha energia vital de tal modo que perdi completamente a capacidade de elaborar qualquer observação engraçadinha e espirituosa sobre o local, eu só queria sair de lá. Eu e Anacê fomos embora tristes e com um pouco de azia e eu até esqueci do <i>McFlurry Kit Kat</i> de morango, outra especialidade local que gostaria de experimentar.<br />
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Fica então o sentimento de promessa não cumprida, mas o desejo sincero de voltar - esse, afinal, é o espírito desse veículo.<br />
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Estava certo Pedro Arbex, do veículo de negócios <b><a href="https://braziljournal.com/mequi-1000-por-que-o-mcdonalds-esta-rindo-a-toa">Brazil Journal</a></b>, que encerrou sua reportagem sobre o <i>Méqui 1000</i> da seguinte forma:<br />
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<blockquote class="tr_bq">
Na sexta, do lado de fora da loja, hordas de millennials paravam para observar a fachada e comentar o letreiro, onde se lia “Méqui 1000.” Quase todos tiravam fotos, antes de entrar e entregar parte do salário.</blockquote>
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Se eu fosse transformar esse blog em livro, essa certamente seria a epígrafe.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXr5dHmS9jYf2yFmEoIMU-qCvWtTERMc9NkK3AJ7v_vVm2-PNIMn-kPCpEZ6J-9CaHmjUSTtrpnM53QrXq0B5QxbDK8aGzKBkcrU_gCEAqy4qDz9U09iI876gmvB9I3rDYbJOtOhIlRD8/s1600/IMG_7943.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXr5dHmS9jYf2yFmEoIMU-qCvWtTERMc9NkK3AJ7v_vVm2-PNIMn-kPCpEZ6J-9CaHmjUSTtrpnM53QrXq0B5QxbDK8aGzKBkcrU_gCEAqy4qDz9U09iI876gmvB9I3rDYbJOtOhIlRD8/s400/IMG_7943.JPG" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sei lá mein (Foto - Acervo pessoal)</td></tr>
</tbody></table>
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Méqui 1000: 4/10Anna Vitóriahttp://www.blogger.com/profile/09694579643174167659noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4371176829398571951.post-28979410954304047532019-09-27T07:01:00.000-07:002019-09-27T07:13:42.850-07:00Borba Gata: A oitava maravilha do mundoApesar de todo o horror, toda crueldade, todo o sangue derramado, ouso dizer que os bandeirantes trouxeram o total de 01 (uma) coisa boa à História Mundial: o<i> Borba Gato</i>. Digo, não o Borba Gato, pessoa histórica que participou das Bandeiras, matou e escravizou indígenas, e ainda assassinou um fidalgo (???) e depois fugiu pro sertão de Minas Gerais. Tô falando da impávida e colossal estátua do <i>Borba Gato</i>, na entrada de Santo Amaro, na zona sul de São Paulo.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_7tmhwBGpSuvIlXdHwslGaRoNO460fr6mNAKedOvgBLf3ErsJ9ZWfDV6-PJaajvPZvoYRBzVpl-nCXBcMsBmixeFDfT1CFnT0Y2b6YHtyPRGesaqmVudCxb9obDXH9756h90KXbkpowc/s1600/Borba-Gato-foto-ALESP.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="816" data-original-width="394" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_7tmhwBGpSuvIlXdHwslGaRoNO460fr6mNAKedOvgBLf3ErsJ9ZWfDV6-PJaajvPZvoYRBzVpl-nCXBcMsBmixeFDfT1CFnT0Y2b6YHtyPRGesaqmVudCxb9obDXH9756h90KXbkpowc/s1600/Borba-Gato-foto-ALESP.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption">Impávido colosso (Autor desconhecido)</td></tr>
</tbody></table>
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Muito se fala sobre <a href="https://trash-advisor.blogspot.com/search/label/s%C3%A3o%20paula">a cidade de São Paulo</a>. Os lugares escondidos no centro, os skatistas convivendo com os atores na Roosevelt, os lugares moderninhos de Pinheiros, os alternativos todos iguais da Vila Madalena, o orgulho da ZL, e agora ainda temos os homens adultos de terno dirigindo patinetes pelas áreas empresariais. Mas o que muitas vezes se perde em todos os comentários sobre essa cidade que não consegue aceitar o biscoito em seu coração é a gigantesca e confusa região de Santo Amaro. <br />
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A região que se tornou município independente em 1833, mas voltou a ser incorporada pela cidade de São Paulo em 1935. A região que mais teve imigrantes alemães da cidade, misturado a um fluxo pesado de migrantes nordestinos. Uma região com tanta gente, tanto comércio inexplicável, e tanto de tudo que é impossível descrever. Santo Amaro é uma experiência de vida. O distrito que abre a gigantesca zona sul de São Paulo (aka: o pescoço da girafa no mapa) e que é aberto pelo impávido <i>Borba Gato</i>.<br />
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<a name='more'></a><br />
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg535abEG3VgchRYZDRBvMVu2msve_bSKQy4tCPc0GnIOaJ16fzYz1xaZs3Rm94AlEhOHbuRGNDXaZZAIfe1PdI5VFIPfiRCYCvcBViXmV_rqnpjBeQrrcHMBbyJPWA4D5qK4UBkL81-l0/s1600/Screen+Shot+2019-06-12+at+11.08.43+AM.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="133" data-original-width="775" height="108" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg535abEG3VgchRYZDRBvMVu2msve_bSKQy4tCPc0GnIOaJ16fzYz1xaZs3Rm94AlEhOHbuRGNDXaZZAIfe1PdI5VFIPfiRCYCvcBViXmV_rqnpjBeQrrcHMBbyJPWA4D5qK4UBkL81-l0/s640/Screen+Shot+2019-06-12+at+11.08.43+AM.png" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Uma obra indiscutivelmente 'kitsch', de gosto pra lá de duvidoso; mas, ainda assim, um ponto de referência para Santo Amaro.", diz Lilian Laub na caixa de comentários do veículo especializado <b><a href="http://www.saopauloantiga.com.br/borba-gato/">São Paulo Antiga</a></b><br />
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</tbody></table>
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Mas o que é a estátua do <i>Borba Gato</i>? Às vezes é difícil dizer, porque nos tira as palavras. Basicamente, é uma estátua de 10 (dez) metros - 13 (treze) metros, se considerarmos (e é impossível não considerar) o pedestal - e 20 (vinte) toneladas feita de pastilhas. Sim, isso mesmo, pastilhas. Criada pelo grande artista Júlio Guerra (menor ideia de quem é), que começou a construção no próprio quintal de casa (!!!!), a estátua de <i>Borba Gato</i> ainda causa controvérsias tanto por ser uma homenagem a um assassino explorador, quanto por ser horrível. Independente do motivo, vira e mexe, ela é pichada pelos jovens - e toda vez aparecem comentários ótimos, como os <a href="http://www.saopauloantiga.com.br/borba-gato/">dessa matéria de 2013 do veículo especializado <b>São Paulo Antiga</b></a> que tomo emprestados pro blógue.<br />
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<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX6f0DnlcHcaaWyZQrzhR73PntPNID6d74vvxVuFhyphenhyphenNccPvnyYMke4ZvUK_bfJQQUku1cqAxfqFLnH1Afg8IsXQcUOIIYtqlCln5uKzlDGdMj_MJEvc3MOzwEkeZK3EhPQa4j73q6zxgg/s1600/Screen+Shot+2019-06-12+at+11.16.06+AM.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="165" data-original-width="775" height="136" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX6f0DnlcHcaaWyZQrzhR73PntPNID6d74vvxVuFhyphenhyphenNccPvnyYMke4ZvUK_bfJQQUku1cqAxfqFLnH1Afg8IsXQcUOIIYtqlCln5uKzlDGdMj_MJEvc3MOzwEkeZK3EhPQa4j73q6zxgg/s640/Screen+Shot+2019-06-12+at+11.16.06+AM.png" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Noêmia M. Silva "deseja" um "ótimo" dia a "todos" (Fonte: <b><a href="http://www.saopauloantiga.com.br/borba-gato/">São Paulo Antiga</a></b>)<br />
<br /></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
Como essa é uma <a href="https://trash-advisor.blogspot.com/2019/06/borba-gata-o-que-e-isto-arte-feia.html">coluna sobre Arte Feia</a>, meu recorte deve ser apenas a estética da estátua. E, talvez, a primeira pergunta que devemos fazer é: <b>o que faz a estátua do <i>Borba Gato</i> feia? </b><br />
<b><br /></b>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfScpyvylVyKoKEfVA-W2lsUHlgCFUGeCkNWx3SHF67gOyhdrfW7LhxCJqfHAPHC0sZSgcvDVu8SUgL46fNDWQuuYrw6Ui3hRdsJ5m2fH2Vvg29SuO6-om3IigIgBG5szx38SUoaMK2Sg/s1600/ezgif.com-webp-to-png+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="261" data-original-width="400" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfScpyvylVyKoKEfVA-W2lsUHlgCFUGeCkNWx3SHF67gOyhdrfW7LhxCJqfHAPHC0sZSgcvDVu8SUgL46fNDWQuuYrw6Ui3hRdsJ5m2fH2Vvg29SuO6-om3IigIgBG5szx38SUoaMK2Sg/s320/ezgif.com-webp-to-png+%25281%2529.png" width="320" /></a></div>
<br />
Primeiro, eu diria que as angulações existentes na obra. As dobras das botas, a gola da camisa, o nariz, o desenho da barba - tudo o que era pra ser dobra orgânica, mais arredondada e suave, é extremamente angular, pontudo e, honestamente, assustador. Junto a isso, vem também a questão da perspectiva. As mãos e braços imensos, as orelhas que sei lá eu, a espingarda, as botas que conseguem ser igualmente enormes e minúsculas. Tudo é fora de proporção de um jeito muito único. Como o trailer de <i>Cats</i>.<br />
<br />
Depois tem os olhos inexpressivos e inexplicáveis. Aquelas duas bolas pretas como íris, o que quer que seja a versão de Júlio Guerra para os glóbulos brancos, a sobrancelha que acompanha o formato do olho e é diretamente ligada ao começo do nariz do Borba Gato. E, se você prestar atenção, se olhar de pertinho, você vai perceber que houve um cuidado real em deixar a pele em volta do olho mais saltada do que o olho em si, o que ainda não sei se é admirável ou apenas confuso.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSSfvXaM78ulu2IeUXE6Yft6OVDCnNMM9TZhOvu_0IeBgYgZ5lzAFot4yhItkYx4DpfWrg_3SazQdTWK58EsicH8y6HenY8jAsRVadetJxMaT_wyScPrKGNXApCZTKrYx3dopI4RES7PM/s1600/borbagato_1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="688" data-original-width="1024" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSSfvXaM78ulu2IeUXE6Yft6OVDCnNMM9TZhOvu_0IeBgYgZ5lzAFot4yhItkYx4DpfWrg_3SazQdTWK58EsicH8y6HenY8jAsRVadetJxMaT_wyScPrKGNXApCZTKrYx3dopI4RES7PM/s400/borbagato_1.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Close errado kkkkk (Foto: <b><a href="https://trash-advisor.blogspot.com/2019/06/borba-gata-o-que-e-isto-arte-feia.html">São Paulo Antiga</a></b>)</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Em terceiro lugar, e talvez o mais importante, temos o fato absurdo de que essa estátua de 10 (DEZ) metros é feita inteiramente de pastilhas!!!!!!!1!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!11!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1!!!!!!!!!!!!!!!!!1!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!11!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1!!!!!!!!!1!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!11!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1111!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!11!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1!!!!!!!!!!!!!!!!!!!11!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1111!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!11!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!111!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!11!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!11!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1!!!!!!!!!!!!!!!!11<br />
<br />
Agora, não contente com a escolha no mínimo corajosa de fazer uma estátua inteira de pastilhas, Júlio Guerra tomou a grandíssima decisão de usar pastilhas coloridas. Afinal, dessa maneira, podemos diferenciar o que é blusa, colete, cinto, bota, calça, chapéu, barba, sobrancelha e ainda as partes diferentes da espingarda que nosso bandeirante segura. E acho isso realmente justo, porque se não fosse pela diferenciação de cores, nenhum de nós provavelmente entenderia que os triângulos entre as mãos e as botas de <i>Borba Gato</i> são detalhes (dobras?) das calças que ele veste.<br />
<br />
Também devo colocar aqui minha admiração por dois detalhes essenciais ao se pensar o uso das pastilhas. O primeiro é a atenção que fez com que o artista optasse ao colocar <i>Borba Gato</i> com uma camisa listrada. Uma escolha que não apenas demonstra parte da criatividade do artista, mas também traça um estilo, uma personalidade à sua criação. O segundo detalhe essencial é a sábia escolha de misturar cores de pastilhas, formando uma tez complexa (na medida do que pastilhas podem ser complexas) à estátua. Criando uma leve variação nas cores utilizadas em cada parte da obra, percebe-se a influência Impressionista e também a expertise do artista.<br />
<br />
Agora, lembrem-se: essa é uma estátua de 10 (DEZ!!!!) metros. Feita inteiramente de pastilhas coloridas. Com ângulos bizarros. Não tem como não ser um impacto estético. E um desses horríveis. Especialmente porque não tem o menor contexto. É só uma estátua gigantesca largada no meio de uma avenida. <br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDj5s86zygIaW3aPpIYpNtcPc8E4lXE3M-FxVu1v5Ho9UISmilVHL9U5LxwN0-L2ujPgZZMmWyRR7s5_S3h90Q3b2CamnOmGgE_XyM7eabgYityDydp2VsSNPa1BnXKM2OdaCzpBHGF-I/s1600/borbagata.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1245" data-original-width="1600" height="498" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDj5s86zygIaW3aPpIYpNtcPc8E4lXE3M-FxVu1v5Ho9UISmilVHL9U5LxwN0-L2ujPgZZMmWyRR7s5_S3h90Q3b2CamnOmGgE_XyM7eabgYityDydp2VsSNPa1BnXKM2OdaCzpBHGF-I/s640/borbagata.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Heróis x Vândalos (Montagem: <a href="http://instagram.com/BrowneBrownie">Clara Browne</a> // Fotos: <a href="http://instagram.com/raulaniava">Laura Viana</a>)<br />
<br /></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
Mas isso não é tudo. A questão é também o que a maioria das pessoas se esquece o que vem junto à estátua de 10 (D E Z ! ! ! ! !) metros do <i>Borba Gato</i>. <br />
<br />
Atrás da sua impávida figura do bandeirante existe a segunda parte da obra: uma caixa enorme e feia (e juro que essa é a melhor descrição possível) com quatro mosaicos também feitos inteiramente de pastilhas coloridas e, é claro, horrendos. Cada um dos mosaicos contém uma cena da região de Santo Amaro: o padre Anchieta, que aparentemente colou por lá; os colonos alemães e os trabalhadores da primeira fábrica local; a capela de Santo Amaro; um jesuíta e um poeta que ninguém conhece ou se importa em conhecer.<br />
<br />
A aplicação da técnica Impressionista com pastilhas continua nessa segunda parte da obra, mas nota-se aqui mais referências às vanguardas do início do século XX. Nesses painéis, cabeças voam sem corpos pelo espaço como facilmente aconteceria em um quadro surrealista. Todos os rostos têm aquela carinha de que tiveram sua alma sugada, vibe que é construída não apenas pela escolha de figuras lânguidas e olhos sem íris como também pela mistura de de pastilhas azuis na composição das tez representadas e se assemelha a um quadro do Modigliani (o qual se dedicou apenas à arte que é feia), mas em pastilhas.<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1OYeR82o6RXVsaKSX_SFVZUaTwhuNHPu6iSpNJLM04ni4pyJPOoUd_FazCA6ghG4-6prU_KHal33BgBsZoDdwXQe0bqhLKwLvm4tzRz4YDTys60IlawE1-njhDb-YcjqupHaGAPInULE/s1600/borba+paineis.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1245" data-original-width="1600" height="498" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1OYeR82o6RXVsaKSX_SFVZUaTwhuNHPu6iSpNJLM04ni4pyJPOoUd_FazCA6ghG4-6prU_KHal33BgBsZoDdwXQe0bqhLKwLvm4tzRz4YDTys60IlawE1-njhDb-YcjqupHaGAPInULE/s640/borba+paineis.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cenas da Cidade (Colagem: <a href="http://instagram.com/BrownieBrowne">Clara Browne</a>, exclusiva para o Trash Advisor // Fotos: Acervo pessoal de Clara Browne)<br />
<br /></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
Fica então a questão a que essa coluna se dedica: <b>seria o monumento ao <i>Borba Gato</i> uma Arte Feia?</b><br />
<br />
Para responder essa questão, preciso voltar a uma história pessoal, ao dia do aniversário de minha amiga Jumed no ano de 2017. Jumed, assim como eu, é uma entusiasta de <i>Borba Gato</i> (a arte, não a pessoa histórica), no entanto ela nunca o havia visto em pessoa, apesar de ser paulistana e ter morado em São Paulo a vida toda. Assim, querendo ao mesmo tempo presenteá-la e corrigir tamanho erro em sua historiografia, fui com ela e mais dois amigos entusiastas de Arte Feia visitar a estátua como comemoração de seu aniversário.<br />
<br />
Quando chegamos ao local e vimos a estátua de 10 (D E Z ! ! ! ! ! !) metros em nossas frentes, todos nos emocionamos. Ficamos genuinamente FELISES, com s. Corremos pela região, nos afastamos para poder ver a figura em todo seu esplendor, um de nossos amigos, no raio de seu desespero, se jogou no pedestal tentando chegar aos pés de <i>Borba Gato</i>. Foi um sentimento único e belo. Admiramos todo o horror que estava diante dos nossos olhos com pura alegria. Estávamos entusiasmados.<br />
<br />
A palavra <i>entusiasmo</i> vem do grego: <b>sentir-se entre os deuses</b>. E foi assim que nos sentimos ao ver aquele colossal homem de pastilhas. A estátua de <i>Borba Gato</i> nos proporcionou o sentimento de chegarmos mais próximos do Paraíso e, portanto, pode ser considerada Arte Feia.<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrTvB09FWR2KsAf-Rbhu2xR2lPe2uX24bgwYtO6tSZYzNMAzR7mV2CFxraU31tuoI6YZXoFm0HjuJzkXjanH5rSvBnTvnYPuXJyCty8X_KKahclycjGrBORZe5amH_03AXLjYIbyQqNF0/s1600/Borba+Gato+-+impactos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1245" data-original-width="1600" height="498" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrTvB09FWR2KsAf-Rbhu2xR2lPe2uX24bgwYtO6tSZYzNMAzR7mV2CFxraU31tuoI6YZXoFm0HjuJzkXjanH5rSvBnTvnYPuXJyCty8X_KKahclycjGrBORZe5amH_03AXLjYIbyQqNF0/s640/Borba+Gato+-+impactos.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Impactos (Montagem: <a href="http://instagram.com/BrowneBrownie">Clara Browne</a> // Fotos: <a href="http://instagram.com/raulaniava">Laura Viana</a>)<br />
<br /></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
No entanto, quando nos dirigimos à segunda parte da obra, a caixa com os painéis de pastilha, fomos do êxtase do Paraíso direto ao esmorecimento do Inferno. Vivemos a dor estética, a angústia do horror, os painéis nos transformaram em pura lamúria. Nossa alegria e nossa alma em si foram sugadas e não sobrou nada além da carcaça de quatro jovens agora tristes e melancólicos. A fotógrafa e amiga pessoa Laura Viana, inclusive, foi tomada pelo espírito do então prefeito, agora governador, João Dória, como vocês podem ver na imagem abaixo.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmpQWKFrWTKfWaCtnI7mtlkruc7VYDO0UqlIPCFygmnO6P8XN_uH3-asN-ohSCc_5aYmmKR4PdroQDtjhiksOcf2wrYezZM-VC9U453_cv8pNRGHbqY8QNt2W7bo2akjBgBhW_xx4rpC0/s1600/Screen+Shot+2019-08-06+at+12.36.14+PM.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="527" data-original-width="800" height="262" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmpQWKFrWTKfWaCtnI7mtlkruc7VYDO0UqlIPCFygmnO6P8XN_uH3-asN-ohSCc_5aYmmKR4PdroQDtjhiksOcf2wrYezZM-VC9U453_cv8pNRGHbqY8QNt2W7bo2akjBgBhW_xx4rpC0/s400/Screen+Shot+2019-08-06+at+12.36.14+PM.png" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption">A fotógrafa Laura Viana tendo seu corpo tomado pelo espírito de João Dória por causa da tristeza que invadiu nossas almas (Foto: Cauê Fernandes, acervo pessoal de Clara Browne)</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Concluímos assim que é impossível considerar o monumento inteiro uma Arte Feia, pois, <a href="https://trash-advisor.blogspot.com/2019/06/borba-gata-o-que-e-isto-arte-feia.html">como dito anteriormente</a>, a Arte Feia deve, necessariamente, te deixar FELIS [nota da editora: com s]. Mas a estátua do <i>Borba Gato</i> em si, sem o caixote da tristeza, é e sempre será Arte Feia. Não à toa que, em 2007, quando estávamos tendo a votação da oitava maravilha do mundo, um grupo de visionários indicou o Borba Gato como candidato e, para isso, fez a melhor obra que o audiovisual já presenciou.<br />
<br />
<br />
<center>
<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/58MqDfb5kbk" width="560"></iframe></center>
<br />
<br />
Depois dessa obra de arte, não resta mais nada a dizer. Vote Borba.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWTszQuObbcrrmcOBRe2jlCLTXnBlJpI-CWbUN57fpjmpummtKeXFau39LTLLJWwloQJIDDT221yAaMWrcpT6YqbV39FA9oyocZnFQLPQcLy1F_0Av2pU_lE7bin_4Vo4iT9wAN-VE980/s1600/Screen+Shot+2019-06-12+at+11.14.39+AM.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="352" data-original-width="730" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWTszQuObbcrrmcOBRe2jlCLTXnBlJpI-CWbUN57fpjmpummtKeXFau39LTLLJWwloQJIDDT221yAaMWrcpT6YqbV39FA9oyocZnFQLPQcLy1F_0Av2pU_lE7bin_4Vo4iT9wAN-VE980/s640/Screen+Shot+2019-06-12+at+11.14.39+AM.png" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"O que seria bonito pra você, Renato????" (Fonte: <b><a href="http://www.saopauloantiga.com.br/borba-gato/">São Paulo Antiga</a></b>)<br />
<br />
<br /></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<b>Clara Browne </b>ainda não sabe o que ganhou do <i>Borba Gato</i> para oitava maravilha do mundo. <a href="https://trash-advisor.blogspot.com/search/label/borba%20gata">Borba Gata</a> é sua coluna para falar de Arte Feia e filosofias de botequim quando enjoar de tanta coisa feia. Você pode encontra-la no instagram <a href="http://instagram.com/BrowneBrownie">@brownebrownie</a>, no tuíter <a href="http://twitter.com/BrowneBrownie">@BrowneBrownie</a>, na <a href="https://tinyletter.com/BrowneBrownie">sua newsletter</a> ou na sua casa, mas essa aí fica pros íntimos.</blockquote>
Anna Vitóriahttp://www.blogger.com/profile/09694579643174167659noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4371176829398571951.post-50345164835884303872019-09-24T13:52:00.001-07:002019-09-25T07:42:01.027-07:00A corrida espacial do hambúrguer vegetal: o futuro chegou?Nos anos 60, quando os cientistas quebravam a cabeça em busca de maneiras de levar o homem e alguns cachorros para a lua, o futuro prometia carros voadores, botas prateadas e naves espaciais. Em 2019, enquanto não colonizam o espaço, cientistas e grandes corporações quebram a cabeça em busca de maneiras da fazer o hambúrguer vegetal perfeito.<br />
<br />
As pessoas finalmente estão se ligando de que o mundo vai acabar antes que a gente consiga fugir daqui, então é preciso fazer alguma coisa - nem que seja um sanduíche.<br />
<br />
Por mim tudo bem.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtqx8lB3oO2jKCqcRyAqZXe99-Oj2hiXv2X5ItMi-81cGJA5XPO6xVWUtQrynNOF1hOj8C3uzX8ajXOwGOKlATzHC_qrJ_5aAB7IyYHe91-Yzq95HlDJq_rMz3R_-2iM7LqImQVmMUw9M/s1600/mad-men-burger-chef-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="282" data-original-width="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtqx8lB3oO2jKCqcRyAqZXe99-Oj2hiXv2X5ItMi-81cGJA5XPO6xVWUtQrynNOF1hOj8C3uzX8ajXOwGOKlATzHC_qrJ_5aAB7IyYHe91-Yzq95HlDJq_rMz3R_-2iM7LqImQVmMUw9M/s1600/mad-men-burger-chef-2.jpg" /></a></div>
<br />
<br />
<i>Futuro</i>, não por acaso, é o nome do "primeiro hambúrguer brasileiro 100% vegetal". Segundo o veículo especializado <i><a href="https://prazeresdamesa.uol.com.br/reportagens/futuro-burger/">Prazeres da Mesa</a></i>, o <i>Futuro Burger</i> é feito a partir de proteína de ervilha, proteína isolada de soja e de grão-de-bico, e beterraba. Com 17 gramas de proteína, a iguaria ambiciona igualar os índices proteicos do <i>Futuro Burguer</i> aos valores nutricionais da carne vermelha.<br />
<br />
Mas o pulo do gato está mesmo na FRUIÇÃO do <i>Futuro Burguer. </i>Diferente dos hambúrgueres vegetais que estava acostumada, ele vem com a promessa de oferecer uma experiência muito similar a de um hambúrguer animal, com a mesma cor, textura e suculência de seu parente da indústria pecuária. A beterraba, aliás, faz as vezes do rosadinho da carne - também conhecido como sangue - daquele hamburgão no ponto da casa que o diabo adora.<br />
<br />
A primeira vez que provei um <i>Futuro Burguer</i> foi na ocasião de seu lançamento oficial, na feira gastronômica <i>Smorgasburg</i>, o maior festival de comida de rua do mundo que teve sua primeira edição em São Paulo no início de junho de 2019, há 84 anos. No intervalo de uma semana vi tantos releases falando do evento e do hambúrguer que decidi prestigiar a classe (assessoria de imprensa da <i>Fazenda Futuro</i>) e ver qual era.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcMAN14de0j0qtVoQA0E9fESgwx3i0JMS9Nb69INg5UhyphenhyphenFBDz4hrYLxcEJp1XyZ0XP9qF55NzTUawiwYtMZWs1Rmpchp9x1idgJi-vCyMcZ320TZ34fyL_Knwqnx1Oc3MFUrBnpKGcF_Y/s1600/384B0FFD-1D94-4508-A91C-3EA1F79CB14E.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1106" data-original-width="1280" height="345" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcMAN14de0j0qtVoQA0E9fESgwx3i0JMS9Nb69INg5UhyphenhyphenFBDz4hrYLxcEJp1XyZ0XP9qF55NzTUawiwYtMZWs1Rmpchp9x1idgJi-vCyMcZ320TZ34fyL_Knwqnx1Oc3MFUrBnpKGcF_Y/s400/384B0FFD-1D94-4508-A91C-3EA1F79CB14E.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">(Foto: Acervo pessoal)</td></tr>
</tbody></table>
<br />
No quiosque da <i>Lanchonete da Cidade</i>, restaurante que adotou o <i>Futuro Burguer</i> em São Paulo, só era possível pedir o <i>LC Futuro</i>, um X-salada básico 100% vegano feito com queijo Nomoo e maionese vegetal. Custou R$25 e achei meio qualquer nota, pequeno e pouco caprichado, mas dei um desconto pela ocasião da feira e a necessidade de se produzir rápido para evitar filas.<br />
<br />
O <i>Futuro Burguer</i>, no entanto, me deixou meio bolada. "Que bruxaria é essa?", pensei depois da primeira mordida ao ver o suco da beterraba escorrendo como sangue. O gosto, contudo, é bem mais leve que o de um hambúrguer artesanal bovino, e imediatamente me veio à mente o gosto de um hambúrguer de peru <i>Sadia</i>, mas de um jeito bom. Nem lembro se já comi um hambúrguer de peru <i>Sadia </i>pra saber. Saldo final: Nem Melhor, Nem Pior, Apenas Diferente.<br />
<br />
Após relatar minha experiência no Instagram, meus amigos da rede social me incentivaram a dar uma nova chance à iguaria, mas dessa vez em um dos outros sanduíches da <i>Lanchonete da Cidade</i>. Isso é realmente legal, pena que exclui os veganos da brincadeira: no restaurante, você pode pedir pra substituir qualquer um dos hambúrgueres da casa pelo <i>Futuro Burguer</i>. Experimentei dois: "Cooper" (molho inglês, cheddar Joseph Heller e mostarda dijon no pão de hambúrguer preto) e "Paris" (queijo brie Serra das Antas, cogumelos e molho poivre no pão de estrela).<br />
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O veganismo que me perdoe, mas achei os dois bem mais gostosos que o <i>LC Futuro </i>original. Ainda acho os sanduíches da <i>Lanchonete da Cidade</i> pequenos, mas estavam caprichados o suficiente pra valer o preço na faixa de R$26 a R$30, não lembro mais quanto paguei.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnlrdqjE2GxqEZkSRSQQEvgm3CAOjEZhSknZ9TOzkiVeZjpHyN8aVvqWozA4cPDOhbBj_lavaBuxRJ5XZPiX5LQzo1KIrxssBTrzQrveZVmGwQ0qmVXmpPy7XBK2esujqwSAgHWCDO4jM/s1600/IMG_5311.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnlrdqjE2GxqEZkSRSQQEvgm3CAOjEZhSknZ9TOzkiVeZjpHyN8aVvqWozA4cPDOhbBj_lavaBuxRJ5XZPiX5LQzo1KIrxssBTrzQrveZVmGwQ0qmVXmpPy7XBK2esujqwSAgHWCDO4jM/s400/IMG_5311.JPG" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Cooper" @ Lanchonete da Cidade (Foto: Acervo pessoal)</td></tr>
</tbody></table>
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Quando discorri sobre a <a href="https://trash-advisor.blogspot.com/2019/05/todos-os-bons-cachorros-quentes-vao-pro.html">diferença entre salsichas vegetais e animais</a>, defendi a importância de se emular a experiência completa de se comer um cachorro-quente em vez de soluções alternativas mais saudáveis, tipo a salsicha de cenoura. Não sei se esse pensamento vale para um hambúrguer.<br />
<br />
Isso porque, animal ou vegetal, a salsicha é um alimento que em sua essência possui a característica de parecer qualquer coisa, menos algo natural. Portanto, sua origem faz pouca diferença na experiência - nada contra, muito pelo contrário. Já o hambúrguer realmente traz em seu <i>ethos</i> a identidade da carne, e não sei até que ponto isso é bom. Ou melhor, <i>para quem</i> isso é bom.<br />
<br />
Para pessoas em transição ou vegetarianos/veganos que sentem muita falta de carne acho o <i>Futuro Burguer</i> uma solução perfeita, para quem apenas quer reduzir o consumo também. Mas ouvi relatos de pessoas que não gostaram justamente porque é tão parecido com carne que chega a causar uma certa repulsa. Ainda não cheguei nesse estágio, mas entendo o incômodo.<br />
<br />
Nesses tempos que estive ausente, andei escrevendo sobre economia e negócios (kkkk) e nas minhas pesquisas em veículos startupeiros li muito sobre <i>foodtech </i>e o mercado (rs) <i>plant based</i>, que inclusive é <a href="https://exame.abril.com.br/revista-exame/a-reinvencao-da-comida/">matéria de capa</a> (que coisa mais ANTIGA) da edição mais recente da revista <i>Exame</i>. Como o ano é 2019, o jornalismo acabou e ninguém mais assina revista, vou deixar aqui a chamada da reportagem:<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<b>"A reinvenção da comida</b>: carne sintética, superalimentos, ingredientes modificados, produtos orgânicos, com menos gordura, açúcar e sal. Novas tendências de consumo começam a provocar uma revolução na indústria de alimentos em todo o mundo."</blockquote>
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A princípio tudo que vem afrontar pra afrontar o agronegócio me interessa, mas tenho lido muito mais sobre a corrida espacial do hambúrguer vegetal em veículos de economia entusiasmados com a novidade do que na minha bolha tilelê. Marcos Leta, empreendedor por trás dos sucos <i>Do Bem</i> (rs) que é o fundador da <i><a href="https://www.instagram.com/fazendafuturo/">Fazenda Futur</a>o</i>, parece obstinado em desbancar o mercado da carne, e a próxima fase é tornar o <i>Futuro Burguer</i> mais barato também nos supermercados.<br />
<br />
Não vai me surpreender se esse futuro transformar um movimento sobre menos consumo e mais sustentabilidade numa coisa de arrombado, tão inovador quanto colonizar o espaço pra destruir mais um planeta quando esse aqui acabar. Mas ei, nós temos sanduíches!<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia7DTn0mBvdQ0-hmUszDVism_AyuNSQH1VgSHh6UYNn4ubcIjfEI7rVz8KX-qPLTWze4O8qwbSesAdvs9tZm4hImOe12hbfWxcKq2A41__pZ_2ZD_MXmvh1cwSqCEb0r_auBFP6M3-osE/s1600/source.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="221" data-original-width="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia7DTn0mBvdQ0-hmUszDVism_AyuNSQH1VgSHh6UYNn4ubcIjfEI7rVz8KX-qPLTWze4O8qwbSesAdvs9tZm4hImOe12hbfWxcKq2A41__pZ_2ZD_MXmvh1cwSqCEb0r_auBFP6M3-osE/s1600/source.gif" /></a></div>
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Diante de todo esse agito, resolvi voltar com o blog na esperança de que algum desses empreendedores me chame pra comer hambúrguer de graça pra depois reclamar deles aqui. Vamos todos morrer mesmo.<br />
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<i>Futuro Burguer</i>: 7/10<br />
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Edit: A <i>Fazenda Futuro</i> lançou essa semana o <i>Futuro Burguer 2.0</i>, com a promessa de ser uma versão mais saudável e menos gordurosa do primeiro. Meu amigo Gio cobriu o lançamento pelo veículo de tecnologia <a href="https://gizmodo.uol.com.br/futuro-burger-2-0-lancamento/"><i>Gizmondo</i></a> e contou o que achou da novidade.Anna Vitóriahttp://www.blogger.com/profile/09694579643174167659noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4371176829398571951.post-76913265570036892442019-06-12T11:54:00.002-07:002021-05-16T16:11:16.680-07:00Sexo e a cidade: em busca do bar de date idealEm São Paulo todo mundo está procurando um trabalho, um apartamento e um amor. Essa frase não é minha, é da quinta temporada de <i>Sex and the City</i>, e fala sobre a Nova York idealizada de Carrie, Miranda, Charlotte e Samantha, mas minha amiga Tany adora usá-la para falar sobre a nossa vida em São Paulo.<br />
<br />
Na semana em que me mudei, sete dias depois do meu aniversário de 25 anos, comecei a assistir <i>Sex and the City</i>. É claro que fiz isso. Não existe nada mais clichê do que ser uma jovem adulta na cidade grande que compara suas experiências com <i>Sex and the City. </i>Por mais que eu não espere encontrar na série um espelho da minha realidade, preciso concordar que<i> </i>todo mundo aqui está mesmo procurando um trabalho, um apartamento e um amor, e parece que eu estou sempre em busca dos três.<br />
<br />
Nessa economia o amor tem sido a ambição mais simples de resolver, e por amor eu me refiro também à experiência de sair com uma pessoa, conversar a noite inteira e depois nunca mais falar com ela. Tendo em vista essa motivação, há algumas semanas minha amiga Hianna descobriu um novo bar com potencial para ser um bom bar para dates e eu e Tany fomos as cobaias escolhidas para testar o estabelecimento - afinal, date de amigas é o único date ideal.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBRXsluXx7XaR6Gin-olM-grNdPNe-3YsoQdfGSomDq_fcK1k_F02t8xvfuLazGiEjhn7mlsBexYXGz0lMpEMnW6I50P9heYSwVQoHGliBUfW-APgtasJ254Jg4J0ey9NOBVRUAWkieQM/s1600/satc-pinterest-1.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="304" data-original-width="409" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBRXsluXx7XaR6Gin-olM-grNdPNe-3YsoQdfGSomDq_fcK1k_F02t8xvfuLazGiEjhn7mlsBexYXGz0lMpEMnW6I50P9heYSwVQoHGliBUfW-APgtasJ254Jg4J0ey9NOBVRUAWkieQM/s1600/satc-pinterest-1.png" /></a></div>
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Tratava-se do <i>Mundi Bar, </i>em Perdizes, inaugurado em abril desse ano com a promessa de trazer drinks do mundo todo com inspiração nas viagens do empresário, um farmacêutico e bioquímico que largou tudo por sua paixão por viagens e coquetelaria. Uma clássica história de empreendedorismo!!!<br />
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Posso falar mais sobre o estabelecimento depois, mas não tenho muitas informações para oferecer pois ficamos bêbadas muito rápido e estávamos no <i>Mundi Bar</i> naquela noite para avaliar algo mais complexo do que comes, bebes e o nível de arrombamento da experiência. Quando saímos de lá para tomar uma cerveja num lugar mais barato, a pergunta que não queria calar era: seria o <i>Mundi Bar</i> um bom bar para dates?<br />
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A conclusão foi não, e tal e qual Carrie Bradshaw voltei para casa pensando: <i>numa cidade em que todo mundo está em busca de um amor, o que seria um bar de date ideal?</i><br />
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Inspirada pela montagem tosca no início de cada episódio, fui atrás dos meus amigos em busca de uma resposta para essa urgente questão.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg6Xe0jdLF1kE-T9cNyxDKzRq4kr32mJbGk1qAxT4AJr8QVW4PomUjxlGygU28mXyGoG3nrraPo9_wDOneOWot5FB9NYbk_mT3RWByRT3JA7U6AgPdGJRnn3ZMM6RGDKYblLkK8gQ6BJI/s1600/ezgif.com-webp-to-png+%25281%2529.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="261" data-original-width="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg6Xe0jdLF1kE-T9cNyxDKzRq4kr32mJbGk1qAxT4AJr8QVW4PomUjxlGygU28mXyGoG3nrraPo9_wDOneOWot5FB9NYbk_mT3RWByRT3JA7U6AgPdGJRnn3ZMM6RGDKYblLkK8gQ6BJI/s1600/ezgif.com-webp-to-png+%25281%2529.png" /></a></div>
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Matrona da busca pelo bar de date perfeito, Hianna Alves - 34, "infelizmente heterossexual" e identificação pessoal com Miranda Hobbes - deu um bom panorama sobre o que se deve buscar nessa empreitada:<br />
<blockquote class="tr_bq">
<i>"</i><i>Apesar de andar num momento de extrema preguiça com homens em geral, d</i><i>ate costuma ser uma situação gostosinha, mas que me deixa sempre ansiosa. Num primeiro contato, prefiro que seja perto de casa. Assim, <b>se for ruim, não vou ter gastado dinheiro à toa com transporte. Se for bom, já posso quem sabe até estender o date.</b> Também prefiro que seja num <b>lugar no qual eu já esteja familiarizada</b>. Date é uma oportunidade que você tem de <b>conhecer e conversar</b> com a pessoa, então é arriscado demais ir a um lugar desconhecido para ambos. <b><a href="https://trash-advisor.blogspot.com/2019/05/me-tornei-aquilo-que-jurei-destruir.html">Vai que é barulhento ou cheio de jovens ou cheio de jovens barulhentos?</a></b> Desastre total.</i></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<i>Aqui em São Paulo a gente encontra muito bar conceito que investe mais em balcão do que em mesa. Eu acho essa ideia simplesmente péssima. Tem que ter <b>mesa pra vocês sentarem um de frente pro outro </b>e formar assim aquela<b> atmosfera gostosa de flerte</b> <b>e de olhares. Cerveja e uns petiscos</b> costumam funcionar bem. Você não corre o risco de ficar bêbada rápido demais (e falar umas bobagens) nem de <b>comer algo muito pesado que pode atrapalhar na hora do beijo</b>."</i></blockquote>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcA2ZgAf3T_uFduxMNCYoNEqTdRhvmnqumZUGpOZK4ZuVBXlX5EbfL3H4Wfrok9-EgOtJNSNS5spCJMMZ93aduPd1ao8W3PtlEITEEQEyGY8ThMDkCSfGUaCzix2AeZXoDLGpvt3EdXwg/s1600/static.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="960" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcA2ZgAf3T_uFduxMNCYoNEqTdRhvmnqumZUGpOZK4ZuVBXlX5EbfL3H4Wfrok9-EgOtJNSNS5spCJMMZ93aduPd1ao8W3PtlEITEEQEyGY8ThMDkCSfGUaCzix2AeZXoDLGpvt3EdXwg/s400/static.jpg" width="400" /></a></div>
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"Primeiramente elimine todos os espaços de luz alta", é o conselho de Ana Clara, 28, bissexual, sommelier e Charlotte relutante. "Se você sente que durante a noite quer beijar, senta no balcão ou em um sofá.", complementa, mas a dica de ouro é: "Se você não tem certeza do tanto de assunto que vocês vão ter, escolha um lugar que vai ser um assunto em si. Um bar peculiar ou temático."<br />
<br />
Barbara Reis, 21 anos, bissexual se descobrindo a verdadeira Carrie Bradshaw do grupo, usou o estabelecimento <i>Buraco</i>, no centro de São Paulo, para ilustrar seu ponto: "É pequeno, intimista, tem mais bancos fofos do que cadeiras, o que te força a sentar do lado do date, o que acho muito propício. Se estivermos pensando em um date heteronormativo, o perigo de andar sozinha pelas ruas do centro pode ser usado como desculpa para estender seu tempo com o date. Sem falar que tem um potencial inegável para trocadilhos, o que eu valorizo enquanto mulher com vênus em sagitário."<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-z_Lm02rKIjil9ecD-4NiGyi2Y7R-lzjg8Gl-GkkM_Aon_vdG3OKQERh6j6Q7xKqjcAcFakqIsoC8qGdvHhGhgWPzSr_ViL9kZiJ6-pgV4bIvCnDwWoK-OurXA3jZY-Tay0anvLFVZlw/s1600/carrie6.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="800" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-z_Lm02rKIjil9ecD-4NiGyi2Y7R-lzjg8Gl-GkkM_Aon_vdG3OKQERh6j6Q7xKqjcAcFakqIsoC8qGdvHhGhgWPzSr_ViL9kZiJ6-pgV4bIvCnDwWoK-OurXA3jZY-Tay0anvLFVZlw/s400/carrie6.jpg" width="400" /></a></div>
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Stephanie Noelle, 29 anos, uma amiga chique e uma personagem de <i>Sex and the City</i> sui generis, escolheu o <i>Riviera Bar</i> como seu favorito. "Eu sou muito chata com bar de drinks, bar de date então... A carta de drinks tem que ser ON POINT. Luz baixa, mas não muito escuro pelo amor de Deus. Luz de vela às vezes mas nem sempre."<br />
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A iluminação foi um critério apresentado por quase todos os meus amigos. Matheus Fernandes, 25 anos, gay e Samantha - "engraçada e puta" - disse: "Primeiro date tem que ser em bar de amante, não adianta: luzinha baixa, musiquinha de fundo, garçons discretos que não ficam palpitando. De preferência com uma boa carta de drinks, um vinho, caipirinha, e petiscos. Não vai pedir um OMELETE DE SHIMEJI igual o [redacted] fez comigo."<br />
<br />
Odhara Caroline, 25, heterossexual, Miranda attitude/ Carrie feelings, lembrou da importância da sobremesa: "Cadeiras confortáveis, um bom espaço entre as mesas e SOBREMESAS pra você dividir um petit gateau com o possível mozão."<br />
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A menção ao petit geateau me fez pensar no <a href="https://trash-advisor.blogspot.com/2019/05/me-tornei-aquilo-que-jurei-destruir.html">Paradigma do Bar Ruim</a> proposto por Antonio Prata, o qual já explorei em outra ocasião.<br />
<blockquote class="tr_bq">
<i>"Se bem que nós, meio intelectuais, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gateau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda." </i></blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: right;">
<a href="http://puisiaseafins.blogspot.com/2007/02/bar-ruim-lindo.html">Antonio Prata - Bar ruim é lindo, bicho!</a></blockquote>
"A maioria dos encontros de Tinder e coisas do tipo eu levo em bar ruim, que na verdade não acho ruim, mas se o encontro for uma bosta eu não tô gastando muito dinheiro", é a estratégia de Tany Monteiro, 30, "lésbica + Harry Styles", a outra Samantha da minha vida. "Sempre levo em boteco que tenha litrão, que nenhum dos meus amigos vai, e perto de casa porque assim não gasto passagem de metrô. Se for uma bosta o date deu tipo R$20 pra cada. Quanto mais trash melhor, não levo pessoas pra comer e se possível um bar que não tenha nem lugar direito pra sentar."<br />
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Contudo, para Matheus Fernandes, informalidade e intimidade são privilégios para dates futuros. Matheus foi responsável por introduzir um conceito muito importante na minha vida amorosa, o da quebra da quarta parede, que tem tudo a ver com a iluminação do local e também com a disputa entre bares ruins e sofisticados. Posso explorar isso numa futura oportunidade, mas fica a recomendação pra vocês: "Depois que criar intimidade [quebrar a quarta parede] taca uma luz alta, manda uma hamburgueria, o que você quiser, mas primeiro date é comida leve, carta de drinks bafo e luz baixa."<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9eqIQmEGJwsfSMgwkqNnBj3P0A18-kkdEpwXZPXPExpiu9TX6C195845BsMRyfCrMVCxQ-2LXjigKI2imARvWinpHFzioq7LkiWafihn1Qs9Cm7arKDtVJxJ-wv9hAUqNNw8tLJ1doIQ/s1600/samantha-jones-SATC-quotes-men-2-min.gif" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="396" data-original-width="702" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9eqIQmEGJwsfSMgwkqNnBj3P0A18-kkdEpwXZPXPExpiu9TX6C195845BsMRyfCrMVCxQ-2LXjigKI2imARvWinpHFzioq7LkiWafihn1Qs9Cm7arKDtVJxJ-wv9hAUqNNw8tLJ1doIQ/s400/samantha-jones-SATC-quotes-men-2-min.gif" width="400" /></a></div>
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Outra grande controvérsia entre os entrevistados foi a respeito do lugar onde sentar. Tem gente que gosta de sentar do lado, tem gente que gosta de balcão, tem gente que gosta de sentar de frente. Clara Browne, 24, se identifica com a cidade de Nova York, a quinta protagonista de <i>Sex and the City</i>, e foi taxativa sobre sentar de frente ser a única opção possível: "Date é pra me admirarem, eu ser validada e daí nunca mais ver a pessoa na vida."<br />
<br />
Lucas Rocha, 30 anos, gay do Rio de Janeiro e Charlotte com convicção, afirma: "A experiência de sentar de frente foi ruim. Atrapalhava o toque, a aproximação. Do lado é mais fácil de dar uns beijos. Balcão nem." Luisa Pinheiro, 27 anos, lésbica, maranhense vivendo em Curitiba, introduziu uma opinião polêmica: "Aqui em Curi é bom tomar chopp em pé para dates também caso as pessoas não estejam tão cansadas. Se for pra sentar que seja de frente, traumas de <i>Gilmore Girls</i>!!!"<br />
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Também não sei escolher: já sentei de frente, de lado, no balcão, em sofás e até no colo, e acho que existe o momento certo para cada uma dessas configurações. Minha única certeza é que odeio sentar como se estivesse pilotando a mesa ao lado da pessoa.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdtyGGOimfjIh-HE98jjUjUz4iitofEay8sCPmXrYJlWovFLcxtUIyAzbBJUxZDSAi-mbd0UjJbL_u5v3cCfTo0Dlw-Kl2yZd2CGXKuMHnxZYrEtEZw_83dmA6KfkTARPa7yOrfZp4lEE/s1600/anigif_enhanced-buzz-14693-1402993172-4.gif" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="237" data-original-width="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdtyGGOimfjIh-HE98jjUjUz4iitofEay8sCPmXrYJlWovFLcxtUIyAzbBJUxZDSAi-mbd0UjJbL_u5v3cCfTo0Dlw-Kl2yZd2CGXKuMHnxZYrEtEZw_83dmA6KfkTARPa7yOrfZp4lEE/s1600/anigif_enhanced-buzz-14693-1402993172-4.gif" /></a></div>
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Além dessas questões básicas que introduzi a todos os entrevistados, um tema que surgiu em várias conversas e não pode ser ignorado em 2019 diz respeito ao AMOR LÍQUIDO. A melhor solução foi dada pela Luisa, que disse se identificar com a Mouse de <i>The Carrie Diaries</i> mas é a Samantha de acordo com o teste do Buzzfeed, o que pode ser comprovado empiricamente através da seguinte declaração: "[ O bar de date ideal é] <b>Qualquer um que não seja seu bar preferido pra você não acabar perdendo seu bar pra outra pessoa.</b> Mas pode ser o bar preferido da outra pessoa pois fodasse kkkkk".<br />
<br />
Seria o nosso relacionamento com os bares o verdadeiro romance dessa história?<br />
<br />
Para garantir representatividade na amostragem da minha pesquisa, achei que seria importante ouvir a opinião de um homem hétero. Afinal, o que querem os homens heterossexuais?<br />
<blockquote class="tr_bq">
<i>"Nem sei mais o que é isso, não sou de marcar dates. Mas se marcar provavelmente será no <b>Beirute</b> da Asa Norte. O <b>Beirute</b> é um dos bares mais antigos de Brasília, talvez o mais. Na verdade o da Asa Sul, o da Asa Norte abriu um pouco depois mas atualmente é mais frequentado. Gosto disso, de lugares já tradicionais e que grupos variados de pessoas frequentam, não só os jovens. Tenho aversão a lugar de jovem."</i> </blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: right;">
Túlio Amaral, 28, disse que não tem condições de responder qual personagem de <i>Sex and the City</i> mais se identifica e não soube citar um outro personagem de série, então escolheu o Menino Maluquinho. </blockquote>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWdw3JCZnpJyAn2eM8E3KHB7opYZNJabuGbSfDV2llQb6XW-bp5OJDQAizh7mf9RyvdRzzNDWOGfUTmggPrtu_k3BktDN4yBHcs70LjyAhebFz2D7klQ-xl6zUPMMegkSlnJx_l4qz-m8/s1600/Sex-the-City-Take-Me-out-to-the-Ballgame-002.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="409" data-original-width="542" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWdw3JCZnpJyAn2eM8E3KHB7opYZNJabuGbSfDV2llQb6XW-bp5OJDQAizh7mf9RyvdRzzNDWOGfUTmggPrtu_k3BktDN4yBHcs70LjyAhebFz2D7klQ-xl6zUPMMegkSlnJx_l4qz-m8/s1600/Sex-the-City-Take-Me-out-to-the-Ballgame-002.jpg" /></a></div>
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Se você está familiarizado com <i>Sex and the City</i> provavelmente sabe que chegamos no final do episódio, o momento em que Carrie Bradshaw tem alguma epifania sobre o tema da vez. Eu já tive dates que começaram em livrarias (infelizmente mais de um), dates de café da manhã, date em que fui direto do trabalho sem saber que era um lugar chique (com piano e luz de velas!!) (dica: sempre tenha um batom vermelho na bolsa), e alguns dates absolutamente perfeitos - seja em bares ruins, em que éramos interrompidos por bêbados e gente querendo vender poesia, ou bar de amante com taça de cristal. Mas eu não sou a Carrie pra tirar uma conclusão a partir de alguma dessas experiências supostamente reveladoras.<br />
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Ainda não sei qual personagem de<i> Sex and the City</i> mais me identifico, mas adoro quando dizem que sou "muito Miranda", por isso encerro essa investigação dizendo que estou solteira e disponível para testar bares de date. O importante é a jornada não sei o que não sei o que lá. Feliz dia dos namorados!!Anna Vitóriahttp://www.blogger.com/profile/09694579643174167659noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4371176829398571951.post-67070210429585758562019-06-11T08:41:00.000-07:002019-06-11T08:53:07.960-07:00Borba Gata: O que é isto, a Arte Feia?Quando a AV [N/E: Anna Vitória] veio falar comigo sobre fazer esse humilde blógue, na época ainda não nomeado, ela me prometeu uma coluna pra eu escrever sobre algo que é a minha verdadeira paixão, mas que também é essencial na história da nossa amizade: a Arte Feia. Como de costume, eu esqueci dessa promessa. Então, a AV criou o blógue e, obviamente, fiquei muito inspirada por tudo nele. Outro dia, AV me lembrou da promessa que tinha feito e fiquei feliz como se fosse a primeira vez que estava recebendo o convite (na minha cabeça, era) e, assim, surgiu a coluna <i>Borba Gata</i>, em homenagem ao <i>Borba Gato</i>, a estátua que melhor resume a Arte Feia. No entanto, é imprescindível dizer que meu nome é Clara e, apesar de eu ser gata, eu não atenderei ao nome de Borba Gata. Esse é apenas o nome desta coluna, não desta pessoa que vos escreve (eu).<br />
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Achamos que antes de eu falar de Arte Feia, algumas coisas precisavam ser explicadas. Por exemplo: quem sou eu?, o que é Arte Feia?, o que faz uma Arte Feia ser boa?, qual é o corte? São questões complexas que aqui tento introduzir.</div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPjD8jgf0RcWBl4-8GLgE3NaHcPZrANp8S-s0L2OXmWdqrwfAsQJeUGVKJFMf9dqfUwHteFuKWmgylC6nN8ilPt4V9kVrvFreqTJIBtXix_7AfD26L1Fcu74D7W-hropKgDoMAAWJcOss/s1600/borba1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="460" data-original-width="566" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPjD8jgf0RcWBl4-8GLgE3NaHcPZrANp8S-s0L2OXmWdqrwfAsQJeUGVKJFMf9dqfUwHteFuKWmgylC6nN8ilPt4V9kVrvFreqTJIBtXix_7AfD26L1Fcu74D7W-hropKgDoMAAWJcOss/s1600/borba1.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Todos os anjos são filhos de @/deus - Arte feia sob tela do computador ou celular (2018)<br />
(<b>Arte</b>: <a href="https://www.instagram.com/p/Bg4bn54Dj5b/">Clara Browne</a>)</td></tr>
</tbody></table>
"Quem sou eu?" é uma pergunta muito filosófica pra se responder assim no blogspot.com. No livro <i>O Que é Isto, a Filosofia?</i> (1956), o senhor doutor (aqui estou assumindo que ele era doutor, não vi o lattes dele) Heidegger tenta responder a pergunta dividindo-a em três partes: "o que é o o que?", "o que é o é"?, e finalmente "o que é a filosofia?". Como uma pessoa que não lê, eu não li esse livro. Eu também seria uma pessoa muito chata se aos 24 anos já tivesse lido <i>O Que é Isto, a Filosofia?</i>, do Heidegger. Eu não vou dividir as minhas perguntas em várias outras, mas fica aqui o sonho de ser esse tipo de pessoa, a chata. O que digo a vocês é que meu nome é Clara, é claro, e o resto vocês vão descobrir me lendo e/ ou me seguindo nas redes sociais (fica aqui o apelo: por favor, não me sigam na rua ou em nenhum espaço físico, em pessoa).<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW-gu8RYRmkqMzyKkOhUgyF3m6LKHo8hkb_F9hvvKJzkk9HGy-fCcfFfCNU5X6pXh1CcALRc4BbKONYr9cdm0PdPuw54WnYT2yZcc1h6UyYFvY_OdYGkXtGA0MRBusumSNru8hxC4jJQQ/s1600/image2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="679" data-original-width="1019" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW-gu8RYRmkqMzyKkOhUgyF3m6LKHo8hkb_F9hvvKJzkk9HGy-fCcfFfCNU5X6pXh1CcALRc4BbKONYr9cdm0PdPuw54WnYT2yZcc1h6UyYFvY_OdYGkXtGA0MRBusumSNru8hxC4jJQQ/s400/image2.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Uma Arte Feia e eu meio feia pra combinar<br />
(<b>Foto</b>: acervo pessoal de Clara Browne)</td></tr>
</tbody></table>
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Também digo aqui que eu amo arte. Eu tenho opiniões muito fortes sobre todas, e eu gosto muito de artistas sérios e consagrados, como Yves Klein, Basquiat e Lygia Clark, se for pra jogar uns nomes espertos. Mas se for pra escrever coisa consagrada, eu faço mestrado e doutorado. Aqui, vou falar de algo muito mais importante e pouquíssimo olhado pelos críticos e estudiosos, um nicho gigantesco quando você para pra prestar atenção, a coisa mais assustadora e fascinante que existe na nossa sociedade: a Arte Feia.<br />
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Agora diferente de quem sou eu, que pode ser algo meio largado (até porque minha terapeuta me ensinou que a noção de um eu coeso é uma ilusão) (ILUSÃO!!!!!) é importante delinear o que é a Arte Feia. Não vou explicar o que é o o que, ou o que é o é pra isso. Leiam Heidegger se quiserem saber. Também não vou explicar o que é arte, porque esse é um debate interminável. Mas vamos usar aqui a definição capenga e ao mesmo tempo marota que veio com o Modernismo de que <i>Arte É Tudo Aquilo Que Artista Faz</i>. Ou seja (mas mais ou menos): <b>arte é qualquer coisa.</b> Você só tem que Querer que essa qualquer coisa seja arte. Mas Arte Feia não é qualquer coisa que você quiser.<br />
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Pra começar, Arte Feia não pode ser bonita. E, por bonita, quero dizer que não pode ser algo que você olha e sente um prazer estético genuíno. A Arte Feia é algo que dói o olhar, que te ofende não por questões políticas, mas por questões estéticas. <br />
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Sabe aquela coisa que você odeia tanto que você ama? Aquela coisa que é tão horrível que te faz rir descontroladamente? Aquela imagem tão absurda que faz até o caos ao seu redor parecer razoável? É disso que eu tô falando. É o inexplicável. É a essência do Nada A Vê. É o que alguns chamam de Calamidade. É o Borba Gato, pai da Arte Feia. É a camisa nada a vê do Pluto que eu achei na Zara uma vez. Os leões da Grécia Antiga. O sapato Crocs na cor roxa. São as vacas mais feias da Cow Parade. É, talvez, a existência da Cow Parade por si só. São os bbs Jesus renascentistas.<br />
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A Arte Feia atravessa os séculos, desconhece limites geográficos, não se retém a uma única forma, objeto ou artefato. <br />
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A Arte Feia é um objeto visual que transcende a necessidade de uma única forma. Pode ser um quadro, uma estátua, uma blusa, um detalhe de uma fonte no parque Trianon. A Arte Feia transcende a própria noção de objeto, fazendo dele Algo Além. É o mesmo sentimento quando você vê um quadro que você gosta. É a mesma admiração, a mesma contemplação, mas às avessas. É algo que você olha e você simplesmente Sabe. É uma experiência transcendental e contemplativa.</div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZqWAv4EQYAYQ4QNGgqs7eqaXQraz2k6adl5nFV2i05y4b6VpZxk0RyESOS0YlxhwReBwPdB3oFdFx6VCeP3DifajYqoPDE8q-p-DtCyHCw1OCBWacQo9BRN3P_vpQSd9q47y9xJD2JFc/s1600/image3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="720" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZqWAv4EQYAYQ4QNGgqs7eqaXQraz2k6adl5nFV2i05y4b6VpZxk0RyESOS0YlxhwReBwPdB3oFdFx6VCeP3DifajYqoPDE8q-p-DtCyHCw1OCBWacQo9BRN3P_vpQSd9q47y9xJD2JFc/s640/image3.jpg" width="360" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A camisa nada a vê do Pluto que eu devia ter comprado<br />
(<b>Foto</b>: acervo do <a href="http://instagram.com/BrowneBrownie">Instagram Stories</a> de Clara Browne)</td></tr>
</tbody></table>
Agora é importantíssimo que vocês entendam: a Arte Feia não é qualquer objeto visual que é feio. A Arte Feia te deixa FELIS, com s. Ela te desconserta e te tira da sua realidade estética, fazendo disso uma experiência única e memorável. Existem muitas artes que são feias no mundo e nem todas podem ser consideradas Arte Feia. Artes que são feias te deixam triste, te deprimem, fazem você querer desistir de tudo porque o mundo não tem salvação. A Arte Feia é o contrário: ela te enche de uma alegria inexplicável, ela vai sempre trazer a felicidade mesmo que quando apenas na memória, ela te faz acreditar que o mundo pode ser salvo porque Ela, a Arte Feia, existe. E é a isso que essa coluna será dedicada.<br />
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Se você não entendeu perfeitamente o conceito, não tem problema. Afinal, esse aqui é apenas um blogspot.com, não um livro teórico. É por isso também que você está lendo: porque é apenas um blogspot.com, não um livro teórico. E eu te respeito por isso. E também entendo que existe um poder nisso, uma potência. E, por isso, por causa dessa potência, que hoje te convido a deixar o mundo mais FELIS junto a mim e à Arte Feia.<br />
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<blockquote class="tr_bq" style="clear: both;">
<span id="docs-internal-guid-d5206127-7fff-da5b-604e-049adfca8239"><br /></span><b>Clara Browne</b> é uma pessoa, não um bolinho. <i>Borba Gata</i> é sua coluna para falar de Arte Feia e filosofias de botequim quando enjoar de tanta Arte Feia. Você pode encontra-la no instagram <a href="http://instagram.com/BrowneBrownie">@brownebrownie</a>, no tuíter <a href="http://twitter.com/BrowneBrownie">@BrowneBrownie</a>, na <a href="https://tinyletter.com/BrowneBrownie">sua newsletter</a> ou na sua casa, mas essa aí fica pros íntimos.</blockquote>
Anna Vitóriahttp://www.blogger.com/profile/09694579643174167659noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4371176829398571951.post-4494770706917340392019-06-07T07:38:00.001-07:002019-06-07T10:39:40.208-07:00Também sou hype e odeio isso: uma visita ao Tokyo 東 京<i>- Quem é moderno aí, meu?</i><br />
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Tudo começou a dar errado quando a MTV Brasil - aquela MTV Brasil com a Sarah apresentando o <i>Disk, </i>o canal que me fez querer ser a Marina Person, aquela MTV do <i>Beija Sapo</i> e do <i>Hermes e Renato</i> - acabou. A MTV não era um canal perfeito, mas nos seus melhores momentos ela era capaz de um humor quase anárquico e bastante autoirônico que faz falta nos dias de hoje. O mundo não ficou mais chato por causa do politicamente correto, o mundo ficou mais chato porque a gente não assiste mais <i>Hermes e Renato</i>.<br />
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A MTV conseguia rir de si e do seu próprio público sem cair no cinismo que percebo hoje de pessoas que não se permitem gostar de nada, estão o tempo todo brigando pra ver quem é mais autêntico, correto e desconstruído sem construir nada ou enxergar as próprias contradições, enquanto do outro lado têm os sem noção de sempre. A MTV e a cultura jovem criada por ela era muitas vezes ridícula, mas pelo menos ela sabia disso e dava umas risadas.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnlFjqU7HdTCWBQFax8_h8NSRIjSwNQhNL_Mo_gVcJ-4hAGpMSTncfZbVJakuQJGqG0S4_TymF451sw00-ckj6yIlOABEVv0eve16vO4Zq7bh7ieVDrTeRg1HlZKskC-yNy4hLh2sCg_w/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="184" data-original-width="274" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnlFjqU7HdTCWBQFax8_h8NSRIjSwNQhNL_Mo_gVcJ-4hAGpMSTncfZbVJakuQJGqG0S4_TymF451sw00-ckj6yIlOABEVv0eve16vO4Zq7bh7ieVDrTeRg1HlZKskC-yNy4hLh2sCg_w/s400/images.jpg" width="400" /></a></div>
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Toda essa reflexão pra dizer que odiei o ter amado minha primeira visita ao complexo <i>Tokyo 東 京</i>.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW29ne9k4u9Xdjh_nl7DNohyphenhyphen-8UJaW6sdy7kgClAkmDqr8atzMLKMCJIH7ProGVaIkl_7oKaIQBZq56p1d-srOwZSRIpaJ1JWRkgQeUu6wfQslznfOTSogFY9ZFSsunlqQXft3v77t3Xw/s1600/void.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="215" data-original-width="625" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW29ne9k4u9Xdjh_nl7DNohyphenhyphen-8UJaW6sdy7kgClAkmDqr8atzMLKMCJIH7ProGVaIkl_7oKaIQBZq56p1d-srOwZSRIpaJ1JWRkgQeUu6wfQslznfOTSogFY9ZFSsunlqQXft3v77t3Xw/s1600/void.png" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Same energy<br />
(<b>Fonte</b>: perfil oficial de Barbara Reis, amiga pessoal e referência em juventude)<br />
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</tbody></table>
Para o complexo <i>Tokyo 東 京 , </i>definir-se é limitar-se<i>. "</i>Rooftop, bar, karaokê, restaurante, exposições, cinema, teatro, design, tattoo, experimentações, instalações, pista de dança com vista para o Copan e o Edifício Itália", é como se apresenta o estabelecimento em sua página oficial. No mesmo site, somos informados que o complexo <i>Tokyo 東 京</i> fica localizado em "um prédio modernista e tombado de 9 andares, idealizado pelo arquiteto Oswaldo Arthur Bratkeem 1949, bem no meio do coração de São Paulo".<br />
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Em sua página no Facebook, o conceito do <i>Tokyo 東 京 </i>é expandido: "Um Bar no Terraço de um prédio. Karaokês inspirados nas noites de Shibuya. Um Restaurante com o clima da capital japonesa. E uma Pista de Dança na cobertura. Tudo isso no mesmo lugar. No centro de São Paulo."<br />
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Que raiva de tudo nesse texto!!!!</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6efBzcPG5YqFfGpv8FBFFJEarSvDXlJvtfjuA9XujpzjPD31mNsr48z6o8-lh2dDwUkiFLc6hoe-CO4O2-si1C7DhOMkMdMJCd0Tojwci_O-XAVcuQtl5i9YWV3aeHAl7qy5KVjhBrmw/s1600/Dadb2a8WkAAaLod.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="989" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6efBzcPG5YqFfGpv8FBFFJEarSvDXlJvtfjuA9XujpzjPD31mNsr48z6o8-lh2dDwUkiFLc6hoe-CO4O2-si1C7DhOMkMdMJCd0Tojwci_O-XAVcuQtl5i9YWV3aeHAl7qy5KVjhBrmw/s400/Dadb2a8WkAAaLod.jpg" width="400" /></a></div>
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Minha visita ao complexo <i>Tokyo 東 京 </i>se deu no fim de tarde de um belo domingo de outono, e ouso dizer que essa é a melhor circunstância para se conhecer o local (guarde essa informação). De acordo com o calendário de festas<i>, </i>era dia de Tieta, evento que promete discotecagem de música brasileira na cobertura (rooftop) do prédio<i>, </i>o que você pode traduzir como "festa da esquerda festiva", termos que minha amiga usou ao me convidar na referida ocasião.<br />
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Disse que odiei ter adorado a experiência porque poucas vezes me senti tão parte de um TARGET como dentro do complexo <i>Tokyo 東 京. </i>Por conta de sua intensa presença digital na rede social Instagram, era de se pensar que eu estivesse imune aos encantos do local, como a vista do terraço (rooftop) e os letreiros engraçadinhos de neon, mas assim que alcancei o nono andar fui atraída como uma mariposa para o letreiro "ME ABRAÇA ME BEIJA". É claro que tudo ali foi pensado pra isso, para que pessoas como eu se encantassem e fossem quase obrigadas por forças superiores a parar e tirar várias fotos.<br />
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Eu era tão o público alvo daquele evento que até mesmo as músicas que tocavam pareciam saídas diretamente da playlist <a href="https://open.spotify.com/playlist/20BbzPv0f0F3NyU0pyscek">SUCO DE BRASIL</a> (prestigiem!!), de minha autoria, que não tem nada de original e ousada, e esse é justamente o ponto. No complexo <i>Tokyo 東 京, </i>fui forçada a encarar o fato de que no fundo eu sou mesmo uma grande basiquinha. Esse encontro com minha própria banalidade foi importante pra lembrar que quase ninguém é tão especial e único assim, todo singelinho é um bichinho de matar com pedra em potencial. Talvez o seu ponto fraco não seja a mistura de luzes neon em prédios velhos de arquitetura modernista e uma playlist com Timbalada e Banda Eva, mas pouca gente está a salvo de ter sua personalidade traçada numa reunião de publicitário.<br />
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Eis aqui um exercício de humildade para essa sexta-feira: que tipo de música o <i>Hermes e Renato</i> faria sobre você?<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9jGJRorHfmsjI4UikRr0tfcHYhjMlnVTiw-r5HqeB0AVZ591MsRqvqvpgK0vuflp2woXLtYI_RaWbogQxIrc0LzHpJyw4axiBH1XbpoZVPAFg6sNNgLqnT1tBO7NPbLBwfddf2xod2GU/s1600/7ec88459-c640-409d-9d12-80c2fc6826cb.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="1280" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9jGJRorHfmsjI4UikRr0tfcHYhjMlnVTiw-r5HqeB0AVZ591MsRqvqvpgK0vuflp2woXLtYI_RaWbogQxIrc0LzHpJyw4axiBH1XbpoZVPAFg6sNNgLqnT1tBO7NPbLBwfddf2xod2GU/s400/7ec88459-c640-409d-9d12-80c2fc6826cb.JPG" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Meu nome é Anna Vitória e eu contribuo para a publicidade espontânea da cena alternativa de São Paulo e de grandes marcas de cerveja (<b>Foto</b>: acervo pessoal)</td></tr>
</tbody></table>
E como o grande clichê que sou, é claro que minha sala favorita do complexo <i>Tokyo 東 京 </i>foi o karaokê. A fila pra cantar estava gigante, e a funcionária responsável, além de zoar meu nome, acabou esquecendo de me colocar na lista e eu e meus amigos tivemos que ir embora sem cantar. Mesmo assim o ambiente era agradável, propício para amizades espontâneas, acolhedor pra todo mundo que quisesse cantar junto, as pessoas tinham um excelente repertório e todo mundo parecia ter mais de 25 anos. Acredito que esse cenário mude nos dias e horários mais convencionais para uma casa noturna, mas eu gosto é de festa que acaba cedo e que começa quando os jovens ainda estão se recuperando da ressaca de sábado.<br />
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A grande surpresa da noite ficou por conta do casal hétero mais coxa do local, que parecia completamente deslocado, mas que em determinado momento da noite surpreendeu a todos com um inspirado dueto de Cher - Believe.<br />
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Preciso dizer que a sala do karaokê tem uma placa com a foto do Bill Murray, e eu disse "ah não" quando vi, mas a verdade é que eu ainda choro sempre que vejo <i>Encontros e Desencontros</i> e lamentei que o local não tivesse perucas cor-de-rosa à disposição - eu assumiria o risco de pegar piolho de desconhecidos para viver essa experiência. Fica aí a sugestão para o complexo <i>Tokyo 東 京.</i><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNPyy6aFr1IkJD__aRjFDeJc4uNhgFNV95fGP1TwrvzRSapw3PAwYU5S9whEd9OOBawNfxEhX5nelYILf9vysW-TRO0WZqGB45wrYPsq25O5qDJDgnhyd0EOBeUfdmf935E2yzvkw8Xz8/s1600/51222255_2292490394136017_6130637859593208463_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="426" data-original-width="640" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNPyy6aFr1IkJD__aRjFDeJc4uNhgFNV95fGP1TwrvzRSapw3PAwYU5S9whEd9OOBawNfxEhX5nelYILf9vysW-TRO0WZqGB45wrYPsq25O5qDJDgnhyd0EOBeUfdmf935E2yzvkw8Xz8/s400/51222255_2292490394136017_6130637859593208463_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEied93D6sB10TDJjonTtZpuS1HH64N4_l8XRoUQPTb09A9gNAm0HNcYV35PtpAO74P5jQkxDn8CSUmefy1Pia_NM7f8xYRVkyuXOepVDsbSZYPYIPiERS8CFSM-1UPeckO5CZ6LUzKM9TU/s1600/Lost-in-Translation-Karaoke-Bar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="349" data-original-width="620" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEied93D6sB10TDJjonTtZpuS1HH64N4_l8XRoUQPTb09A9gNAm0HNcYV35PtpAO74P5jQkxDn8CSUmefy1Pia_NM7f8xYRVkyuXOepVDsbSZYPYIPiERS8CFSM-1UPeckO5CZ6LUzKM9TU/s400/Lost-in-Translation-Karaoke-Bar.jpg" width="400" /></a></div>
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O único aspecto em que não me encaixo no público alvo do complexo <i>Tokyo 東 京</i> é em relação ao poder aquisitivo. A entrada nesse dia era gratuita, mas o preço das coisas no bar era meio intransponível, ainda mais para o último domingo do mês. Tomei uma long-neck de R$13 e lembrei por que não frequento baladas de São Paulo. Minha amiga pagou R$10 por uma água de coco.<br />
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O saldo final fica por conta da música da finada banda NX Zero que não tive a chance de cantar: entre razões e emoções a saída é fazer valer a pena. Pra mim valeu.<br />
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8/10<br />
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Anna Vitóriahttp://www.blogger.com/profile/09694579643174167659noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4371176829398571951.post-59285732244358012722019-06-03T07:08:00.000-07:002019-06-03T07:13:49.839-07:00Usei o Rappi pela primeira vez para pedir um chá e você não vai acreditar no que aconteceuÀs vezes a gente tem que dizer ok pro capitalismo tardio.<br />
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Nunca tinha usado o aplicativo <i>Rappi</i>. O conceito de "delivery de qualquer coisa" sempre me causou certo desconforto, que se provou fundamentado <a href="https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48304340">depois dessa matéria sobre a rotina dos entregadores</a>, e só o fato do ícone do aplicativo ser um bigode já dá indícios que esse negócio de "delivery de inovação" deve ser coisa de arrombado.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeTMVFF7abEhLdLavfEjIPI9ZUdY8D0qisEwKdu-64JQtq3a9-sKFh6gBEC2yoOhcyIIRqOTrDnU3-KSMuVyEaTSZUWKrMEtgB_DM_L11dC_fCF15K4wikSwI2DzdFXB3Ez3CT7UWl8rY/s1600/MV5BMjlkYTZkNTgtNjMzNy00NTgyLTllNDctYWZlYTYwYzhkOTBlXkEyXkFqcGdeQXVyMzY5MzAxMDc%2540._V1_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="715" data-original-width="1079" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeTMVFF7abEhLdLavfEjIPI9ZUdY8D0qisEwKdu-64JQtq3a9-sKFh6gBEC2yoOhcyIIRqOTrDnU3-KSMuVyEaTSZUWKrMEtgB_DM_L11dC_fCF15K4wikSwI2DzdFXB3Ez3CT7UWl8rY/s400/MV5BMjlkYTZkNTgtNjMzNy00NTgyLTllNDctYWZlYTYwYzhkOTBlXkEyXkFqcGdeQXVyMzY5MzAxMDc%2540._V1_.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"'A nossa ambição é ser o super aplicativo da América Latina,' disse Ricardo Bechara, co-fundador e diretor de expansão e operações da Rappi Brasil. (<b>Fonte</b>: <a href="https://www.amcham.com.br/noticias/gestao/delivery-de-inovacao-rappi-pretende-se-tornar-o-super-aplicativo-da-america-latina-1">AmCham</a>)</td></tr>
</tbody></table>
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Navegar pela interface do aplicativo <i>Rappi</i>, com todas as possibilidades que ele oferece - de entrega rápida de camisinhas até a perspectiva de alguém ir ali no banco tirar dinheiro pra você - é uma das experiências mais distópicas que se infiltraram no nosso cotidiano. A estratégia de gamificação embutida no aplicativo <i>Rappi</i>, louvada pelos nossos guerreiros do LinkedIn (claro), me faz desconfiar que estamos pagando caro demais para viver no ano 2037.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZx6NGCic5dJNaEdS0Ej7QqjdKdx_9RXsruhQHlHZIKJyEn356S5Pg5L6ct1iZurFQAlH20BYkfr8jlHLQEQVuy3oHIXDcOoOksUCuFac1Fgb-iNC85nNbJdufTqRwQZn307P6jT5IQoY/s1600/IMG_4737.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="549" data-original-width="640" height="342" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZx6NGCic5dJNaEdS0Ej7QqjdKdx_9RXsruhQHlHZIKJyEn356S5Pg5L6ct1iZurFQAlH20BYkfr8jlHLQEQVuy3oHIXDcOoOksUCuFac1Fgb-iNC85nNbJdufTqRwQZn307P6jT5IQoY/s400/IMG_4737.jpg" width="400" /></a></div>
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Mesmo com todas as tentativas do aplicativo <i>Rappi</i> de me seduzir através do envio de <i>rappicréditos</i> de grandes valores todos os dias, valores que envergonhariam os cupons de R$10 do aplicativo <i>iFood</i>, consegui resistir por bastante tempo. Não me considero acima da condição de aceitar coisas de graça, principalmente comida, mas o aplicativo <i>Rappi</i> é um limite que eu realmente não estava disposta a ultrapassar. Não se pode dar o primeiro gole, etc.<br />
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Então eu fiquei gripada.<br />
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"O diabo mora nos detalhes", já dizia Leroy, ilustre participante de <i>Instant Hotel, </i>e é por essas frestas que o aplicativo <i>Rappi</i> consegue entrar na sua vida. Semana passada fiquei gripada e depois de passar o dia espirrando e tossindo nas dependências da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, concluí que precisava de um chá para sobreviver à aula do turno da noite.<br />
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Mas eu não queria um simples chá de sachê como os disponíveis nas cantinas mais próximas, eu queria um chá diferente, especial, um chá que fosse como um abraço de mãe vendido por grandes corporações. Como se lesse meus pensamentos, o aplicativo <i>Rappi</i> me enviou R$30 em <i>rappicréditos </i>que deveriam ser usados até às 20h59 daquele mesmo dia. Foi então que me despi do meu orgulho e abracei o capeta: não apenas pedi um chá usando o aplicativo <i>Rappi</i>, como pedi um CHAI LATTE direto no STARBUCKS. E um croissant, porque fiquei com vergonha de pedir só um chá.<br />
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Com os meus<i> rappicréditos</i> o valor da compra ficou em R$0,30, com mais R$4,00 de gorjeta para Valdinei, o entregador.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTmwuGd8eRtDyrz1IiNFANEXztEzJZwRMUH9gHYlTM4RIEOzKnW_eR4uTFuymdmSjaRKCAwE2kogh-QyGXzbhZxn4L4EvgMrnhs3YVQ37N9D7sVZNdkO4R0LVfh9_6d1h8RKrjiphLOcY/s1600/IMG_4697.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTmwuGd8eRtDyrz1IiNFANEXztEzJZwRMUH9gHYlTM4RIEOzKnW_eR4uTFuymdmSjaRKCAwE2kogh-QyGXzbhZxn4L4EvgMrnhs3YVQ37N9D7sVZNdkO4R0LVfh9_6d1h8RKrjiphLOcY/s400/IMG_4697.JPG" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">(Foto: acervo pessoal)</td></tr>
</tbody></table>
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A odisseia entre o pedido e a entrega via aplicativo <i>Rappi</i> demorou uns 50 minutos, provavelmente o tempo que eu levaria pra ir até em casa fazer um chá no conforto do meu lar ou ir a pé até a unidade mais próxima da <i>Starbucks</i>. É muito, mas está dentro da margem de tempo prometida pelo serviço, foi o tempo que eu precisava pra ler o texto da aula, e esse é o preço que se paga <strike>por ser uma grande arrombada</strike> pela comodidade.<br />
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O delivery de fato demorou cerca de 10 minutos, o que foi muito bom, já que tanto o chá como o croissant chegaram bem quentinhos. O chai latte veio no clássico copo de papel da <i>Starbucks</i>, só que com a abertura vedada com plástico, impedindo que o líquido fosse derrubado no percurso - um dos meus receios iniciais. O gosto era exatamente o do conforto artificial vendido por grandes corporações que eu tanto precisava, idem para o croissant.<br />
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Acho importante levar isso em conta na hora de avaliar o que é servido por essas franquias, e dosar as expectativas de acordo, mas os preços da Starbucks são uma afronta a esse pacto civilizatório do fast food. Sem os <i>rappicréditos</i> essa palhaçada custaria R$30,30, e eu jamais repetiria a experiência nesses termos. Importante dizer que não recebi mais nenhum <i>rappicrédito</i> até o fechamento desta edição.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUHEbAtEVuBWed33OnPVFfvs-F6PLoe0uycHthkztsuerNwCuMfZJDqI7O_sp9CsDvHdtaqz2JQZAZQEckwICvqRg2tBfAbKkavT-uO5EKhW0Fv7kJt2YWc_pkerVh9sANFSB8cOQ_FGw/s1600/IMG_4738.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="324" data-original-width="640" height="202" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUHEbAtEVuBWed33OnPVFfvs-F6PLoe0uycHthkztsuerNwCuMfZJDqI7O_sp9CsDvHdtaqz2JQZAZQEckwICvqRg2tBfAbKkavT-uO5EKhW0Fv7kJt2YWc_pkerVh9sANFSB8cOQ_FGw/s400/IMG_4738.jpg" width="400" /></a></div>
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Quando contei sobre a experiência para uma amiga, ela disse: <i>faltou uma consciência de classe aí, hein?, </i>e eu até desisti de ir pra aula depois dessa. Mas eu estava gripada e defendo minhas escolhas. Às vezes a gente precisa dizer ok pro capitalismo tardio.<br />
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Aplicativo <i>Rappi</i>: 7/10<br />
<i>Starbucks</i>: 6/10<br />
Anna Vitória: 2/10Anna Vitóriahttp://www.blogger.com/profile/09694579643174167659noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4371176829398571951.post-84596198795209075772019-05-29T07:09:00.000-07:002019-05-29T07:19:39.285-07:00701U-10 Metrô Santana - Cidade UniversitáriaSe foi preciso alguma fé para inserir o <i><a href="https://trash-advisor.blogspot.com/2019/05/809u-10-cidade-universitaria-metro.html">809U-10 Cidade Universitária - Metrô Barra Funda</a></i> na minha vida, o <i>701U-10 Metrô Santana - Cidade Universitária</i> entrou na minha vida porque, por algum motivo, ele sempre estava por ali. De acordo com o aplicativo Moovit ele passa em intervalos de 20 minutos - uma eternidade no peculiar vórtice de espaço/tempo do ponto de ônibus - mas por algum motivo nossos caminhos sempre se cruzavam. A cada vez que um dos circulares passava lotado e sequer parava no ponto, na sequência vinha um <i>701U-10 Metrô Santana - Cidade Universitária </i>e eu pensava: putz, por que não ele?<br />
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O <i>701U-10 Metrô Santana - Cidade Universitária </i>era o melhor amigo da mocinha de comédia romântica (eu), aquele cara legal que está sempre ali, observando calado enquanto ela se ferra dando moral pra algum otário (<i>8012-10 Cidade Universitária - Metrô Butantã</i>).<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZKNE54jqxooJ1yoYpK8Miy1CvMO7goLPU_qlciklBcWtfrdei8vk00h9ADEmMfBbJCZaGVEkFqclz8kAVj6E4IhyMFGluD9JGpNmakG8dJtScV2oAAROgWpfbem3-SMHp9OvorFHAvbA/s1600/c21aa6fb5ac7809c60e107ba9de5b3d8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="640" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZKNE54jqxooJ1yoYpK8Miy1CvMO7goLPU_qlciklBcWtfrdei8vk00h9ADEmMfBbJCZaGVEkFqclz8kAVj6E4IhyMFGluD9JGpNmakG8dJtScV2oAAROgWpfbem3-SMHp9OvorFHAvbA/s400/c21aa6fb5ac7809c60e107ba9de5b3d8.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Você tá nessa, rejeitada/Caçando paixão/E eu com a cara mais lavada digo/Por que não?"<br />
(Foto: Rogério da Silva Pereira, do portal <a href="https://onibusbrasil.com/galeriarpereira/2472446">Ônibus Brasil</a>)</td></tr>
</tbody></table>
Eis que um dia, cansada de me humilhar num circular lotado, fiz uma breve pesquisa e descobri que, embora não fosse até o Metrô Butantã, o <i>701U-10 Metrô Santana - Cidade Universitária </i>passava pela Avenida Vital Brasil e parava a dois quarteirões do metrô. Na época eu não tinha direito ao BUSP, então não fazia diferença qual ônibus eu pegaria pra sair da faculdade, era tudo R$4,30 - na época R$3,80 (sdds). Também não estava com pressa, o que depois descobri que também é um fator importante ao se considerar essa linha.<br />
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Para descer no metrô, o ponto fica em frente a uma agência do Banco do Brasil, uma boa referência se você é idiota igual eu e sempre desce no lugar errado.<br />
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Partindo da ECA até sair da universidade, o <i>701U-10 Metrô Santana - Cidade Universitária </i>faz um trajeto bem mais longo que os circulares - nunca cronometrei, mas deve ser algo em torno de 15 minutos. Foi pela janela dele que conheci pontos turísticos como o Hospital Universitário e o Instituto Butantan. Para quem quer socializar e dar um close com uma galera das ciências biológicas pode ser uma boa opção, mas se o objetivo é chegar rápido no metrô é melhor repensar.<br />
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A rota do <i>701U-10 Metrô Santana - Cidade Universitária </i>abrange também alguns pontos interessantes de São Paulo: ele passa pela Teodoro Sampaio, para no finalzinho da Paulista, desce pelo corredor da Consolação até o centro, e é possível chegar até a rodoviária do Tietê com ele. Esse percurso até a Paulista costuma demorar uma hora mais ou menos e definitivamente existem jeitos mais rápidos de chegar lá saindo da USP, mas se não estou com pressa - ou quero um tempo sossegado pra ler ou ouvir uns podcasts, <i>so far away</i> - escolho o <i>701U-10 Metrô Santana - Cidade Universitária </i>por uma questão de conforto e comodidade.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9M4D8lJGLQv978cte6kaeV0qm4BjFlZYNkat6goNBm6vz03qn5JhTFHqVeJrKD3EKJJ5v7a8tZOfARLwVvP0Ivcy4mnVv2IeKMwpcQaK_RzwjmHXsx2WaoWDjWs0mScuevh7tvjsCweU/s1600/12a6afb24dedcf51135155dbf554772f.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="640" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9M4D8lJGLQv978cte6kaeV0qm4BjFlZYNkat6goNBm6vz03qn5JhTFHqVeJrKD3EKJJ5v7a8tZOfARLwVvP0Ivcy4mnVv2IeKMwpcQaK_RzwjmHXsx2WaoWDjWs0mScuevh7tvjsCweU/s400/12a6afb24dedcf51135155dbf554772f.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Se não tem nada pra depois, por que não eu?"<br />
(Foto: Rodrigo M. Correia, do portal <a href="https://onibusbrasil.com/jonathancorrea/4988496">Ônibus Brasil</a>)</td></tr>
</tbody></table>
Na ECA pego o <i>701U-10 Metrô Santana - Cidade Universitária </i>praticamente vazio, o que sempre é divertido porque o modelo é articulado e, portanto, muito mais espaçoso que os ônibus comuns. Ele também tem ar condicionado e costuma proporcionar uma viagem bem agradável, mesmo quando enche de gente à medida que avança na rota. O fato de ser articulado também dá alguma privacidade para quem senta mais ao fundo, o que faz do <i>701U-10 Metrô Santana - Cidade Universitária </i>uma boa opção para dates.<br />
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Recentemente perguntei no Twitter qual ônibus as pessoas escolheriam para ter um date e ignorei o <i>701U-10 Metrô Santana - Cidade Universitária </i>na minha resposta. Hoje, no entanto, tal e qual uma mocinha de comédia romântica que olha para o melhor amigo e se pergunta como foi capaz de ignorá-lo por tanto tempo, acho que o <i>701U-10 Metrô Santana - Cidade Universitária </i>é a resposta mais correta e deixo a sugestão aos jovens universitários. Se a coisa engrenar, dá pra descer no centro, pegar um cineminha ou tomar um café.<br />
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Ainda não tive a oportunidade de ter um date no <i>701U-10 Metrô Santana - Cidade Universitária, </i>mas certa feita, durante o longo percurso que ele faz até chegar no metrô, tive tempo de ler vários horóscopos diferentes e quando cheguei na plataforma sentido Luz criei coragem pra chamar o menino que eu gostava pra sair. Por que não eu?<br />
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7/10Anna Vitóriahttp://www.blogger.com/profile/09694579643174167659noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4371176829398571951.post-35632823885052836502019-05-24T12:09:00.001-07:002019-05-24T12:27:13.854-07:00Me tornei aquilo que jurei destruir: bebendo em um bar de mackenzistasFaz pouco mais de dois meses que me mudei pra São Paulo oficialmente, mas em 2016 passei uma temporada na cidade morando num quarto de hotel pago pela firma na Vila Buarque. Eu ia e voltava a pé do treinamento e passava todos os dias pela rua Maria Antônia no caminho volta, o que significa que de quarta a sexta eu precisava enfrentar uma horda de jovens universitários bebendo em pé pra chegar em casa. Não satisfeitos em ocupar as calçadas, eles ocupavam também boa parte da rua, não davam licença, derrubavam cerveja e faziam gracinha quando eu passava impaciente e de cara fechada no meio de alguma roda. Foi o inverno mais rigoroso de São Paulo dos últimos 20 anos e eu era uma jovem jornalista cansada que só queria tomar uma sopa barata e chegar logo no meu quartinho.<br />
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Essa experiência me deu local de fala para odiar o Mackenzie<span style="color: red;"><b>*</b></span> e tudo que ele representa.<br />
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Apesar do Mackenzie, acabei me apegando muito a essa região, e ainda hoje passear por lá me enche de uma nostalgia gostosa desse início de vida na cidade, minha primeira aventura fora de casa e a primeira vez que senti que São Paulo poderia ser minha também. Essa é a única justificativa pra eu ter aceitado tão prontamente e sem questionamentos quando meu amigo sugeriu que parássemos no estabelecimento <i>"</i><i>"</i><i>"</i><i>Kenzie</i><i>"</i><i>"</i><i>"</i><i> Restaurante e Bar</i> para tomar uma cerveja na última quinta.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpqDJ8-4wnzljB4lYZEcKnucDcnmTxvfH3vDrsvhO0o1qk4mAaxTueP_3yihNYnWXLiyl-1qThtvgzwpxO65Iq-CHbzt_TF-mPzcs3WNFk47yMBL9UPUWxQdOApM4-flgjsgkjHU5RNNU/s1600/Kenzie02-min.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="570" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpqDJ8-4wnzljB4lYZEcKnucDcnmTxvfH3vDrsvhO0o1qk4mAaxTueP_3yihNYnWXLiyl-1qThtvgzwpxO65Iq-CHbzt_TF-mPzcs3WNFk47yMBL9UPUWxQdOApM4-flgjsgkjHU5RNNU/s1600/Kenzie02-min.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Jovens bebendo em pé (Foto: <b>BaresSP</b>)</td></tr>
</tbody></table>
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Segundo o veículo especializado <a href="https://www.baressp.com.br/restaurantes/lanchonetes/bar-e-restaurante-kenzie"><b>BaresSp</b></a><i>:</i><br />
<blockquote class="tr_bq">
<i>"O <b>Bar e Restaurante Kenzie</b> foi fundado em 2004, conta com um público jovem e bonito formado pelos universitários da Faculdade Mackenzie e clientes de empresas situadas nas proximidades. Possui um serviço diferenciado de almoço, onde cada dia o restaurante oferece 5 opções extras de pratos, elaboradas pela chef da casa. À noite o destaque fica para as porções que são feitas na hora e servidas quentinhas para o cliente, além de lanches, salgados e todos acompanhados de drinks e cervejas. O estabelecimento trabalha com café expresso onde utilizam grãos 100% arábicos, conferindo um sabor especial ao tradicional cafezinho."</i></blockquote>
Lendo essa descrição só lembro da <a href="http://puisiaseafins.blogspot.com/2007/02/bar-ruim-lindo.html">seminal crônica de Antonio Prata</a> sobre bares ruins e o fetiche da simplicidade autêntica brasileira. De acordo com a classificação do escritor sobre bares meio ruins, talvez o estabelecimento <i>"</i><i>"</i><i>"</i><i>Kenzie</i><i>"</i><i>"</i><i>"</i><i> Restaurante e Bar</i> já esteja no estágio de ser frequentado por "meio intelectuais, meio de esquerda, e universitárias mais ou menos gostosas", em vias de ganhar uma matéria na Vejinha. No entanto, uma rápida busca por <i>"</i><i>"</i><i>"</i><i>Kenzie</i><i>"</i><i>"</i><i>"</i><i> Restaurante e Bar </i>no Google me fez desconfiar que talvez o estabelecimento tenha perdido o <i>momentum</i> necessário para fazer parte da gentrificação do centro expandido de maneira mais concreta. A essência é de um bar universitário, mas como a universidade é o Mackenzie a etnografia se torna mais complexa. Acho que eu era a única mulher no local na última quinta, e portanto a coisa mais próxima de uma universitária mais ou menos gostosa que o ambiente oferecia.<br />
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Preciso admitir, contudo, que os universitários do sexo masculino eram mesmo bem bonitinhos. Se você vem do interior, assim como eu, é fácil se emocionar com qualquer barbudinho estiloso que aparece na rua e em estabelecimentos como o <i>"</i><i>"</i><i>"</i><i>Kenzie</i><i>"</i><i>"</i><i>"</i><i> Restaurante e Bar, </i>ainda que o tempo e a vida na cidade te mostrem que em São Paulo - e principalmente no centro expandido - basta sacudir uma árvore que caem uns 20 do mesmo tipinho, é até difícil diferenciar. Bonitos os rostos enquanto pano de fundo, mas a graça passa quando eles começam a gritar por causa de futebol, o que aconteceu enquanto estive no <i>"</i><i>"</i><i>"</i><i>Kenzie</i><i>"</i><i>"</i><i>"</i><i> Restaurante e Bar, </i>experiência acompanhada por vários rojões na rua. Não consegui enxergar quem estava jogando na televisão do local.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9Jv827a37_Gp2EFM9MK7gILQfs327shUfjKHod0ocDcPNMu68WNF0Rsb92DKCjW2pU9WQzE3b9SNeUPm-B5ufcyKIlEGi92fPwLSTKvURogj5rTQ2dyrnrDfV2W_DjszdZ8I9HBJalX0/s1600/ken+estilo.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="399" data-original-width="640" height="249" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9Jv827a37_Gp2EFM9MK7gILQfs327shUfjKHod0ocDcPNMu68WNF0Rsb92DKCjW2pU9WQzE3b9SNeUPm-B5ufcyKIlEGi92fPwLSTKvURogj5rTQ2dyrnrDfV2W_DjszdZ8I9HBJalX0/s400/ken+estilo.jpeg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption">"Um público jovem e bonito formado pelos universitários da Faculdade Mackenzie e clientes de empresas situadas nas proximidades" (Fonte: <b>BaresSP</b>)</td></tr>
</tbody></table>
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Bom, mas vamos ao que realmente interessa: embora não constasse no cardápio, os litrões disponíveis no dia eram Skol e Brahma, a R$10 cada, um valor dentro da média para a região. Servida no copo americano clássico, a cerveja estava razoavelmente gelada e não tivemos problemas nesse departamento. Infelizmente esse foi o preço mais justo que encontrei em minha experiência no estabelecimento <i>"</i><i>"</i><i>"</i><i>Kenzie</i><i>"</i><i>"</i><i>"</i><i> Restaurante e Bar. </i><br />
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O cardápio é bem vasto, com várias opções de prato executivo, sanduíches, porções, drinks e doses. Teoricamente os pratos executivos são servidos apenas no almoço, mas não há informação sobre isso no cardápio, e o garçom que nos atendeu foi um bocado grosso quando meu amigo tentou pedir um nhoque. Depois ele disse que na verdade <i>alguns</i> pratos executivos poderiam ser pedidos (apenas os grelhados), até que ele voltou dizendo que dava pra pedir o nhoque sim.<br />
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Meu amigo não sabia, mas a confusão foi o universo tentando dizer que era melhor pedir outra coisa.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinI24BVXNhalitdQvT6fAyZ8ijxa9f_a7PfRtx7egX2D3YqUGWQPfiWbF2s5dk9q76fiL2wW41BKIkG8fPtwdTqK76tBfJ7Up1_2zEUgLrE0c0LdNSlZZJEKrVvkDGenFcJH3JmLqT48c/s1600/IMG_4598.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinI24BVXNhalitdQvT6fAyZ8ijxa9f_a7PfRtx7egX2D3YqUGWQPfiWbF2s5dk9q76fiL2wW41BKIkG8fPtwdTqK76tBfJ7Up1_2zEUgLrE0c0LdNSlZZJEKrVvkDGenFcJH3JmLqT48c/s400/IMG_4598.JPG" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O nhoque mais triste do centro expandido de São Paulo (Foto: acervo pessoal)</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Não costumo levar a sério todas as opiniões desse meu amigo sobre questões alimentícias pois discordo da maioria dos seus critérios (ele não gosta de queijo), mas o nhoque com iscas de frango estava mesmo difícil de engolir. As unidades de massa eram muito grandes, grossas, e vinham recheadas de um queijo de gosto forte - outra informação que não constava no cardápio - que até eu que gosto bastante de queijo não consegui tolerar. O molho tinha um sabor bem artificial, e a grande ironia é que a parte mais absurda do prato - as iscas de frango - foi a única coisa que prestou.<br />
<br />
O nhoque com iscas de frango custou R$22,90, e o valor dos pratos executivos no estabelecimento <i>"</i><i>"</i><i>"</i><i>Kenzie</i><i>"</i><i>"</i><i>"</i><i> Restaurante e Bar </i>varia entre R$19,90 e R$39,90. Todos os pratos acompanham arroz, feijão, salada e uma "mistura" opcional à escolha do freguês (purê de batata, fritas ou legumes na manteiga). Em São Paulo tudo é caro e o nhoque definitivamente não é a melhor opção nesse setor, mas sabendo escolher e levando em conta a região é possível dizer que dá pra almoçar de forma honesta no estabelecimento <i>"</i><i>"</i><i>"</i><i>Kenzie</i><i>"</i><i>"</i><i>"</i><i> Restaurante e Bar, </i>ao menos na teoria. Se os pratos são bem servidos ou não terei que descobrir em uma outra oportunidade.<br />
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg7BRxMO3w6gbkYhdhWEt_urTzcOtBmKTTcfZsDe0Uo0Ns5_KD8ivjaHQ5GF7LHa93NvGWSmxDpQijeA_4464Nc7BH1DaBwc0Ly1j2GCaF7m5zjFONBgJRgui3V9XFd3RRJ14Z_JUwRzs/s1600/IMG_4600.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg7BRxMO3w6gbkYhdhWEt_urTzcOtBmKTTcfZsDe0Uo0Ns5_KD8ivjaHQ5GF7LHa93NvGWSmxDpQijeA_4464Nc7BH1DaBwc0Ly1j2GCaF7m5zjFONBgJRgui3V9XFd3RRJ14Z_JUwRzs/s320/IMG_4600.JPG" width="240" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNkzYxiu4yGtWuNKEW8sSdPttmAEd0wsX9vPzWxmZu-RJZIoNw_GEbwSZUGL_OHwX6Axbh8oTO6QKSAPO8DhiGFjhAS02nlZ94ivxKWf64un0dMg3oUO-MnZs2grwuzzeSRQ9BnUu9iNs/s1600/IMG_4601.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNkzYxiu4yGtWuNKEW8sSdPttmAEd0wsX9vPzWxmZu-RJZIoNw_GEbwSZUGL_OHwX6Axbh8oTO6QKSAPO8DhiGFjhAS02nlZ94ivxKWf64un0dMg3oUO-MnZs2grwuzzeSRQ9BnUu9iNs/s320/IMG_4601.JPG" width="240" /></a><br />
<br />
Minha estratégia nessa visita foi escolher algo que estivesse mais alinhado com os pontos fortes da casa, e para minha sorte encontrei uma seção no cardápio em que lia-se ESPECIALIDADES KENZIE<b>. </b>Não tinha comido nada o dia todo e o pastel, meu plano inicial, não oferecia a SUSTÂNCIA necessária para a ocasião. Com isso em mente, o sanduíche chamado de <b>LARICKENZIE</b> me pareceu a melhor opção do cardápio (preciso confessar que um dos fatores que pesou na escolha foi a oportunidade de escrever <b>LARICKENZIE</b> neste diário virtual).<br />
<br />
Amigas, que decepção.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioPMY9KdYx4MLwlAY4Uy8KS9leMvlFwvAp5VqXRCkGhyphenhyphenTMzh-Ju9X7tKaYQZSYv_QTFawVkgTI8J6I4gfw0PZVdDGxgQ3p3hYKpavRmU0Z7_B6SnyKgiXBNLn_jJ45-iA1Oc-vWaA792o/s1600/IMG_4599.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1593" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioPMY9KdYx4MLwlAY4Uy8KS9leMvlFwvAp5VqXRCkGhyphenhyphenTMzh-Ju9X7tKaYQZSYv_QTFawVkgTI8J6I4gfw0PZVdDGxgQ3p3hYKpavRmU0Z7_B6SnyKgiXBNLn_jJ45-iA1Oc-vWaA792o/s400/IMG_4599.jpg" width="397" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Uma ofensa aos lariqueiros desse país (Foto: acervo pessoal)</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
Pão francês, filé de frango, queijo prato, cebolas refogadas no shoyu e maionese da casa - essa era a promessa do sanduíche <b>LARICKENZIE</b>, que falhou em alcançar seu potencial. O filé de frango era da espessura de uma folha sulfite e as prometidas cebolas refogadas no shoyu se traduziram como uma quantidade assustadora de cebolas num único sanduíche (eu gosto de cebola, mas não vi vantagem). O <i>blend</i> entre o queijo e a maionese da casa salvaram a experiência de ser uma decepção total. Longe de ser um prato indicado para casos de larica, como sugere o cardápio do estabelencimento <i>"</i><i>"</i><i>"</i><i>Kenzie</i><i>"</i><i>"</i><i>"</i><i> Restaurante e Bar, </i>o sanduíche <b>LARICKENZIE</b> me deixou com fome, e nem era esse o meu estado. Tentei comer um pouco do nhoque com iscas de frango, que meu amigo deixou quase inteiro no prato, mas também não fui feliz.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Agora vem a pior parte, o preço: R$20,90 por um <b>LARICKENZIE</b> ineficiente. Acho que nenhum dos mackenzistas barbudinhos e estilosos presentes no recinto teria a capacidade de me fazer de trouxa nesse nível. </div>
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<br /></div>
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A grande ironia do nome foi expressa de forma singular pelo meu amigo ao olhar com tristeza seu prato de nhoque:</div>
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<br /></div>
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<i>- Se eu estivesse drogado dava pra bater esse prato inteiro como se fosse a melhor refeição da minha vida. Uma pena.</i></div>
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<br /></div>
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***</div>
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<br /></div>
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Apesar de não ter tido uma boa experiência, preciso ser justa e reconhecer que, como quase tudo nessa vida, o estabelecimento <i>"</i><i>"</i><i>"</i><i>Kenzie</i><i>"</i><i>"</i><i>"</i><i> Restaurante e Bar </i>tem um saldo final que é o famoso Vai de Cada Um e do que você espera do seu bar universitário. O acesso fácil pela estação Higienópolis-Mackenzie e os corredores de ônibus da Consolação é um ponto forte a favor e os preços podem ser vantajosos para quem só vai beber ou turmas grandes interessadas em dividir as porções bastante escandalosas de carne. Voltaria no almoço pra experimentar o PF.</div>
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<br /></div>
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Quem busca um ambiente heteronormativo de paquera e azaração também pode se dar bem, mas se você é mulher recomendo paciência e sangue de barata.</div>
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<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1-35z9VWc1jBg_URnzCkao7IZ6WOqqMMhQgY6S8nfTDmUudQvnZc3U_7uXImJwKjZGHEghIpmAnpZGXfzOPYn3q_XbJ0PzmJxnrfbPKAXBuSWQyqTG5VVSgxUZLRp7BJ4hDSt3WoS9WI/s1600/kenzie.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="98" data-original-width="636" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1-35z9VWc1jBg_URnzCkao7IZ6WOqqMMhQgY6S8nfTDmUudQvnZc3U_7uXImJwKjZGHEghIpmAnpZGXfzOPYn3q_XbJ0PzmJxnrfbPKAXBuSWQyqTG5VVSgxUZLRp7BJ4hDSt3WoS9WI/s1600/kenzie.png" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Bom e Barato! Um pouco quente no verão. O Wi-Fi não pega a partir da 3ª mesa, o que acaba sendo uma desculpa para sair e encontrar um (sic) das 501 Mackenzistas da Maria Antônia" (Fonte: <a href="https://pt.foursquare.com/v/kenzie/4b2999bff964a52089a124e3"><b>Foursquare</b></a>)</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
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Na condição de pessoa que não gosta de jovem e não gosta de gente, os pontos fortes pra mim foram o preço da cerveja, o banheiro limpo (posso ter dado sorte, mas foi o bar universitário com banheiro mais limpo que já visitei), e as muitas opções de coisas pra comer, que é algo que poucos bares oferecem. Eu sou uma pessoa que precisa comer e é bom ter algo além de batata frita e salgado de estufa. Nesse aspecto, os bares universitários da rua Doutor Cesário Mota Júnior, logo ao lado, deixam a desejar - embora sejam campeões em todo o resto. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Além disso, a necessidade patológica do jovem de beber em pé na calçada faz com que seja fácil encontrar uma mesa pra sentar e que na parte de dentro o ambiente seja menos insuportável.</div>
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<br /></div>
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5/10</div>
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<br /></div>
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<span style="color: red;">* </span>Depois da última manifestação pela educação eu prometi que não ia mais falar mal de mackenzista como esporte (inclusive tenho amigos que são), de modo que peço que o texto seja lido com o senso de humor necessário. Se você estiver pensando em comentar algo como "nem todo mackenzista não sei o que não sei o que lá" peço por favor que honre a instituição fazendo uso das habilidades de interpretação de texto e me economize.</div>
Anna Vitóriahttp://www.blogger.com/profile/09694579643174167659noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4371176829398571951.post-23425969363449180232019-05-22T08:36:00.000-07:002019-06-11T07:06:22.088-07:00Não é sequestro nem tráfico de órgãos, é só o século XXI: minha viagem de BuserGraças ao Twitter descobri a nova indústria que <strike>a precarização do trabalho no capitalismo tardio</strike> os millennials irão destruir: os ônibus de viagem. Semana passada viajei de <i>Buser</i> pela primeira vez.<br />
<br />
"Viaje de ônibus com 60% de economia", essa é a promessa do aplicativo que conecta pessoas que vão viajar para o mesmo destino com empresas de ônibus de viagem executiva, o famoso FRETADO. Ah, a economia compartilhada! Ainda segundo o site: "Nossa tecnologia compartilhada e sustentável fomenta a mobilidade no Brasil, criando uma nova opção de transporte segura, de qualidade e a preços justos. Assim como já aconteceu no transporte privado por aplicativo nas cidades, é hora do transporte intermunicipal mudar para melhor. E para sempre."<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhykysls8yGDhdX2RoyNrPihwA5gUp1eaDvySHS_sQd5AJXK8L3IrEx7O9Q9JDqjVVE39UJfivH5-XnMh_qOvUV8GNluudyw9ti3cITDVTtsVXmehywLan4Dcx2A1t__RtJBcXqOgxhO7o/s1600/giphy.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="277" data-original-width="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhykysls8yGDhdX2RoyNrPihwA5gUp1eaDvySHS_sQd5AJXK8L3IrEx7O9Q9JDqjVVE39UJfivH5-XnMh_qOvUV8GNluudyw9ti3cITDVTtsVXmehywLan4Dcx2A1t__RtJBcXqOgxhO7o/s1600/giphy.gif" /></a></div>
<br />
Na prática, é como se você fosse chamar um <i>Uber Juntos</i> pra fazer uma viagem intermunicipal.<br />
<br />
Assim como nem sempre você vai encontrar pessoas que estejam indo na mesma direção que você no <i>Uber Juntos</i>, pra viagem no <i>Buser</i> rolar você precisa encontrar um grupo disponível na data e no destino que você quiser, o que nem sempre vai acontecer. Imagino que nas capitais seja mais tranquilo - São Paulo e Rio, por exemplo, têm ônibus todos os dias - mas para o interior, como é o meu caso, só encontrei viagens sexta, domingo e terça, num único horário. Não precisa lotar o ônibus, mas quanto mais gente confirmada, mais barata a viagem fica.<br />
<br />
"Ai mas é barato mesmo?"<br />
<br />
Minha viagem de São Paulo (SP) para Uberlândia (MG) pelo <i>Buser</i> saiu por R$119,00 o trecho, num ônibus leito. Numa viação tradicional, como a <i>Rode Rotas</i>, esse trajeto sairia por R$207,77 (leito) ou R$149,72 (executivo), o que é razão suficiente pra pegar em armas. Além disso, a primeira viagem de <i>Buser</i> sai por R$10 (sim) e a cada amigo convidado você ganha R$10 de desconto em viagens futuras, as famosas <b><strike>BUSEDAS </strike>BUEDAS</b>. Não acredito que não tinha ninguém na sala pra pensar num nome melhor que esse.<br />
<br />
Economizar dinheiro é sempre bom, mas a maior vantagem do <i>Buser</i> pra mim veio pelo conforto mesmo. Veja bem, meu caráter foi moldado por longas viagens interestaduais de ônibus. Quando era criança acompanhava minha avó nas colônias de férias da terceira idade ou quando ela viajava para visitar meus primos no estado de São Paulo, sempre de ônibus; já fiz viagens que duraram quase 20 horas em ônibus da universidade e lembro delas como ótimas experiências; ano passado eu viajava quase toda semana. Se eu pudesse escrever qualquer livro já escrito, numa perspectiva realista, acho que escreveria <i>O Livro Amarelo do Terminal</i>, da Vanessa Barbara, sobre a rodoviária do Tietê.<br />
<br />
Quase tudo que alguém pode viver dentro de um ônibus eu já vivi, e ainda assim tenho mais medo de viajar de avião do que de ônibus, mesmo que todas as estatísticas digam o contrário. Só que eu ando de saco cheio.<br />
<br />
Primeiro, os preços: com as taxas, uma viagem para Uberlândia (MG) custa mais de R$300,00 num ônibus executivo da pior qualidade que vai demorar de 7h a 12h (segundo estimativas do site) pra chegar ao seu destino. É oficialmente mais caro que uma viagem de avião, que dura 50 minutos, mas nem sempre consigo me planejar com a antecedência necessária para conseguir boas tarifas. Pra quem viaja muito o leito está fora de cogitação, então é uma viagem de 7h a 12h (na média, 10h) passando frio numa poltrona desconfortável que nem me cabe direito com a perspectiva de passar a noite em claro e perder duas horas no congestionamento da Anhanguera.<br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicVpyUhKp_ZgXwcEj3AiCx-haOni7CmTVRUk2ipROua3ev26b-OY4Yr4dwHzFZNpsOI9SX9W_nMjOCn5OAkDrv0Xknlz2PzgsSg9aNLYsgABmvPNtrxHfLw09Z5q-d_AL6jxOBCrWLUrM/s1600/IMG_7604.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="558" data-original-width="992" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicVpyUhKp_ZgXwcEj3AiCx-haOni7CmTVRUk2ipROua3ev26b-OY4Yr4dwHzFZNpsOI9SX9W_nMjOCn5OAkDrv0Xknlz2PzgsSg9aNLYsgABmvPNtrxHfLw09Z5q-d_AL6jxOBCrWLUrM/s400/IMG_7604.JPG" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sempre que começo a falar sobre a <i>Rode Rotas</i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
Com o <i>Buser</i> me senti viajando de primeira classe. Tem travesseiro, mantinha e uma cortininha separando as poltronas, que deitam bastante e estão a uma diferença razoável uma da outra, o suficiente para eu conseguir esticar minhas pernas compridas. Os assentos não são marcados, então recomendo chegar uns 40 minutos mais cedo para garantir as poltronas individuais. Além da segurança de saber que não tem um homem do seu lado, a privacidade é útil para quem emenda compromissos e vai direto viajar: tirei a maquiagem, passei meus cremes e ainda consegui tirar o sutiã por dentro da roupa sem maiores constrangimentos.<br />
<br />
O wi-fi prometido, pelo menos no ônibus que peguei, só funciona no perímetro urbano (kkk) e até tem tomada pra colocar o carregador, mas elas ficam numa estrutura fixa no fundo do veículo. Pra mim um dos principais atrativos de longas viagens de ônibus é ter a chance de passar horas incomunicável, sem ninguém me encher o saco, de modo que isso pra mim é mais uma vantagem oferecida pelo <i>Buser.</i><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfauJe6spVkhFlcmo3dB_7l4EthvyTnR4ajLNK4-draOWDkx2B4wBtf_Kv-z8yLWOPZLhUOKxJ2y_Fy8Iig46SgycpK8CqYiHE_QI3D35HMRnFbf3GHpm_grkMEfS3ZUHf9l1EjwD0TN8/s1600/IMG_4345.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfauJe6spVkhFlcmo3dB_7l4EthvyTnR4ajLNK4-draOWDkx2B4wBtf_Kv-z8yLWOPZLhUOKxJ2y_Fy8Iig46SgycpK8CqYiHE_QI3D35HMRnFbf3GHpm_grkMEfS3ZUHf9l1EjwD0TN8/s320/IMG_4345.JPG" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Dentro do Buser (acervo pessoal)</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Outra grande vantagem é o tempo: no <i>Buser</i>, a duração prevista para a viagem é de 9h, mas nas duas viagens que fiz ele chegou em 7h. Esse é o tempo para esse trajeto numa viagem de carro, perfeitamente razoável para um percurso de cerca de 600 km.<br />
<br />
Em São Paulo, o <i>Buser</i> sai de um estacionamento na rua Voluntários da Pátria, perto do terminal do Tietê. Se você vai de metrô até a rodoviária são uns cinco minutos andando e até eu que sou idiota achei fácil sem me perder. No entanto, se você é uma mulher viajando sozinha, fazer esse caminho à noite não é a experiência mais tranquila do mundo. Como disse, a chegada estava prevista para às 6h, mas o ônibus chegou às 4h, e a rua Voluntários da Pátria é um lugar onde você definitivamente não quer estar às quatro da manhã. Consegui chamar um Uber ainda na marginal e quando desci ele já estava lá, o que é uma boa alternativa (vale colocar o relógio pra despertar), e também é possível combinar com os outros passageiros de todos irem juntos até o Tietê, que foi o que as pessoas fizeram.<br />
<br />
Como não contava com essa rapidez, na ida aconteceu comigo a pior coisa que pode acontecer com alguém: esqueci os fones de ouvido na poltrona. Isso só rolou porque o ônibus também chegou antes do horário previsto (às 4h30 da manhã) e eu estava dormindo tão profundamente que desci sem entender o que estava acontecendo. Numa viagem da viação <i>Rode Rotas</i>, 4h30 da manhã costuma ser o horário em que estou num Graal da BR 050 questionando as minhas decisões de vida, ainda dentro do estado de São Paulo, então vou considerar tudo isso como ponto positivo apesar dos fones (RIP).<br />
<br />
Nem lembro a última vez que realmente dormi num ônibus antes do <i>Buser</i>.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXQCvQeK5VAW0ASjqJGXEa46Ac-WpCtaGJC1OJUZmEpn7XmNl8TKJZvfddjYwl6lR4V7k8VEIN3lJmN4XNyVn7-3ec7L_CSuMbuZx_Wf_NJrkk1AF01lFOIF29tUFhh6SZm0EaFqy36xA/s1600/IMG_4566.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="640" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXQCvQeK5VAW0ASjqJGXEa46Ac-WpCtaGJC1OJUZmEpn7XmNl8TKJZvfddjYwl6lR4V7k8VEIN3lJmN4XNyVn7-3ec7L_CSuMbuZx_Wf_NJrkk1AF01lFOIF29tUFhh6SZm0EaFqy36xA/s400/IMG_4566.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Quando contei pra minha mãe ela achou que eu tava metida com ônibus clandestino, mas <a href="https://www.techtudo.com.br/noticias/2019/04/como-funciona-a-buser-veja-perguntas-e-respostas-sobre-o-app-de-onibus.ghtml">segundo levantamento do veículo TechTudo</a> o <i>Buser</i> faz parcerias com empresas de ônibus regulares, que pagam ao aplicativo uma comissão, e é assim que o esquema se sustenta. Segundo o site, "a companhia também se responsabiliza pela qualidade dos veículos contratados – os transportes precisam passar por uma auditoria para fazer parte da plataforma. Itens como idade do veículo e histórico de manutenção dos ônibus são avaliados."<br />
<br />
A parte que não contei pra minha mãe é que a viagem inteira é feita com um único motorista, que viaja sozinho<span style="color: red;">*</span>, e ele não parecia muito preocupado em conferir a identidade dos passageiros na hora de embarcar. Esses foram os aspectos que me deixaram mais cabreira, mas como já estava lá mesmo fiz a única coisa que poderia fazer no momento: fingi demência e entreguei pra Deus.<br />
<br />
O ônibus partiu pontualmente às 21h02 e foi bonito ouvir todas as pessoas no celular avisando que o ônibus estava saindo, tava tudo certinho, a empresa existia mesmo e não era uma emboscada. Aquele sentimento de comunhão que nos une nesse mundo frio, hostil e cheio de picaretagens, em que tudo aquilo que é bom demais parece só uma forma mais sofisticada de golpe. Na maioria das vezes é isso mesmo, mas seguimos. Repetiria a experiência.<br />
<br />
8/10<br />
<br />
<span style="color: red;">*</span><i> Edit</i>: A <a href="https://twitter.com/irisfigueiredo">Iris Figueiredo</a> (que inclusive foi a pessoa que me apresentou o Buser, obrigada Iris!) contou que nas viagens que fez entre São Paulo e Rio de Janeiro o ônibus ia com dois motoristas, diferente do que acontecia quando ela pegava uma viação normal. O trecho São Paulo (SP) e Uberlândia (MG) costuma ter dois motoristas na rodoviária ou então troca no meio do caminho, ou seja, não tem como saber.<br />
<br />
Errata: Sei lá como, mas no dia que escrevi esse post li <b>BUSEDAS</b> no lugar de <b>BUEDAS</b>. A moeda fictícia do aplicativo Buser se chama <b>BUEDAS</b> e não <b>BUSEDAS</b>. Peço perdão pela confusão.<br />
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<br />Anna Vitóriahttp://www.blogger.com/profile/09694579643174167659noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4371176829398571951.post-81934516118287090952019-05-18T10:22:00.000-07:002019-05-18T11:03:49.708-07:00Juntos e Shallow now: versão brasileira é tudo de bomA coisa mais insuportável da internet essa semana foram as pessoas rasgando o cu por conta da notícia que Paula Fernandes e Luan Santana vão lançar uma versão nacional da canção "Shallow", trilha de <i>Nasce Uma Estrela</i>, originalmente interpretada por Lady Gaga e Bradley Cooper. Horrível estar em situação de defender Paula Fernandes, mas a música é brega desde a sua primeira versão e nasceu pra isso (tumdumtss), ou seja, agora a coisa só tende a melhorar. Diferente do que aconteceu com o filme, com essa nova canção finalmente teremos um motivo para sorrir.<br />
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Tudo bem que a tradução "Juntos e shallow now" pegou todo mundo de surpresa, mas esse tipo de versão não deveria ser novidade para quem mora no Brasil, já que isso é feito desde a Jovem Guarda (fonte: o caso mais antigo que consegui lembrar de cabeça) e Sandy & Junior não estaria aí lotando estádio com ingresso de R$300 se não fosse a Laura Pausini e a Celine Dion.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgZwHnS5KXdGmLngRHL7DTyHMCtN4m5r3cM0IIHKbYQlrmlZpAbrXLhczS0kHgcjw8y01ue0fGD_JEIIwouAMw87bc_PdnLwhl0ofbhvoB1kUq3xpbVC2whMZN_lt9mUmHIgfHAwqaJfY/s1600/CubSnQ-W8AAZspS.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="347" data-original-width="629" height="220" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgZwHnS5KXdGmLngRHL7DTyHMCtN4m5r3cM0IIHKbYQlrmlZpAbrXLhczS0kHgcjw8y01ue0fGD_JEIIwouAMw87bc_PdnLwhl0ofbhvoB1kUq3xpbVC2whMZN_lt9mUmHIgfHAwqaJfY/s400/CubSnQ-W8AAZspS.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">http://twitter.com</td></tr>
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Como bem disse Chico Barney em <a href="https://twitter.com/chicobarney/status/1094942751043579905">tweet profético</a>, essa versão brasileira é propriedade moral da dupla e aposto que eles conseguiriam dobrar o tamanho da turnê se "Shallow" fosse o hit do retorno. Felizmente temos aí 20 anos de carreira para fazer um resgate das melhores e mais improváveis versões brasileiras imortalizadas (spoiler!) pelos irmãos que fizeram carreira interpretando canções românticas numa época em que ninguém achava isso estranho.<br />
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Com a ajuda do Twitter e <a href="https://open.spotify.com/playlist/4iEQS4AmfzujS1zuoE0ts0">dessa playlist preciosa da Ju Gaspar</a>, selecionei alguns destaques entre versões brasileiras by Sandy & Junior e como bônus coloquei alguns grandes momentos internacionais da música muito popular brasileira.<br />
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1) Inesquecível (Laura Pausini - Incancellabile)</h3>
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<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/p31TZQsbKNk" width="560"></iframe></center>
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Pra provar que sou fã de Sandy & Junior sem ironia alguma, "Inesquecível" está na minha lista de <a href="https://open.spotify.com/playlist/37i9dQZF1EjsOCPelmVMBJ">canções mais ouvidas de 2018</a> e tenho certeza que se visse a Sandy na rua eu começaria a chorar. Fico comovida até hoje com a música, que é infinitamente melhor que a original <a href="https://www.youtube.com/watch?v=euPkapq-ors">by Laura Pausini.</a> E digo mais: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=t4t4hxJoWSE">a versão do acústico MTV</a> é muito melhor que qualquer pop rock romântico tocando no rádio hoje em dia, incluindo a versão original de "Shallow".<br />
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Outra versão marcante é <a href="https://www.youtube.com/watch?v=m1QeTuNPjxA">"Não Ter"</a>, também original da Laura Pausini (<a href="https://www.youtube.com/watch?v=ZHVdScgUm7U">"Non'Ce"</a>). Direto ela canta essa quando vai no Altas Horas. Eu amo a Laura Pausini.<br />
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2) Etc... E Tal (Shania Twain - Any Man of Mine)</h3>
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<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/90TYGJJpb-M" width="560"></iframe></center>
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Difícil escolher entre essas duas versões. Por um lado fico pensando se teria descoberto o feminismo tão cedo se não fosse pelo acesso privilegiado que tive dos discos da Shania Twain ainda na infância, uma porta de entrada saudável para o feminismo liberal. Por outro lado, "Etc... E Tal" me ensinou o conceito de BANANA PRA VOCÊ, que só fui descobrir o que significava depois de anos cantando a música, minha mãe só dizia que era um gesto feio que eu não devia repetir.<br />
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Isso prova meu ponto que o mundo seria um lugar menos rico e minha infância menos empoderada se não fosse pela tradição das versões nacionais absurdas.<br />
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3) Imagem (Mulan - Reflection)</h3>
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<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/DDjULQPb7X0" width="560"></iframe></center>
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Por algum motivo misterioso, existe uma versão de <a href="https://www.youtube.com/watch?v=1_BtlAw4trg">"Reflection"</a>, tema da <i>Mulan</i>, gravada pela Sandy. Só que, diferente da Christina Aguilera que gravou uma <a href="https://www.youtube.com/watch?v=1JUG5tEftuM">versão pop da trilha da Disney</a>, a versão em português interpretada pela Sandy não é uma tradução e a letra não tem nada a ver com a essência da música original. "Reflection", na minha modesta opinião, é a melhor e mais forte música de princesa da Disney, porque fala sobre autoaceitação e pertencimento de um jeito tão sincero e complexo que dá até pra levar pra terapia. "Imagem", por sua vez, é uma música de amor qualquer?? Quem autorizou isso???<br />
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O negócio é que na semana passada (sim) eu estava numa mesa de bar defendendo a versão da Sandy simplesmente porque a letra se encaixa muito melhor com a melodia. A <a href="https://www.youtube.com/watch?v=6WJMcbQoM9k">versão brasileira que toca no filme não funciona muito bem</a>, e agora estou me perguntando como a Sandy fez tanta coisa ridícula (no melhor sentido possível) nesses anos de carreira mas não fez um filme de princesa.<br />
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4) Com Você (The Jackson 5 - I'll Be There)</h3>
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<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/ym2rNQUgwVA" width="560"></iframe></center>
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Mesmo eu que já fui exposta a Sandy & Junior o suficiente pra pouca coisa me impressionar tenho que confessar que o vídeo acima é bem perturbador. Os dois parecem mortos por dentro, provavelmente dissociando pra não pensar na coreografia romântica que estavam sendo obrigados a executar junto com o irmão/irmã já na adolescência. Nesse caso a <a href="https://www.youtube.com/watch?v=VzLzUqdGBNo">versão original da música, do Jackson 5</a>, ganha disparado. Puro creme dos anos 70.</center>
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Trívia: a versão nacional da música é assinada pela dupla Xororó & Noely, pais de Sandy & Junior.</center>
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5) Em Cada Sonho (O Amor Feito Flecha) (Celine Dion - My Heart Will Go On)</center>
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"Em Cada Sonho (O Amor Feito Flecha)" é a prova que Sandy & Junior são os verdadeiros herdeiros da versão nacional da canção "Shallow". Tanto ela quanto "My Heart Will Go On" são trilhas sonoras e não fazem muito sentido fora dos seus filmes de origem, embora sejam excelentes para se cantar no karaokê. Ainda que Titanic não seja um musical, a gente pode comparar o fenômeno Lady Gaga ao fenômeno Leonardo DiCaprio jovem (imagina se ele cantasse!). Não tenho apreço especial por nenhuma das versões, mas acho que a Celine Dion sai ganhando só porque o Junior aqui é um peso morto que prejudica o resultado final (mas insisto que ele seria ótimo cantando "Shallow").<br />
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Só hoje descobri que "Imortal" também vem de uma música da Celine Dion, "Immortality", que além de tudo é um feat com o Bee Gees (!!!). Prefiro a versão Sandy & Junior porque realmente não gosto do registro da Celine Dion, mas o clipe dela ganha de lavada e é um filme ruim que eu adoraria ver inteiro, com fantasmas e romances de vidas passadas. Recomendo.<br />
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<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/WdYaGt_sm3Q" width="560"></iframe></center>
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6) Menina Linda (The Beatles - I Should Have Known Better)</center>
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Se você fosse neto da minha avó provavelmente já teria ouvido falar de Renato e Seus Blue Caps e suas inúmeras versões nacionais de músicas dos Beatles. Se tem uma música dos Beatles tocando ao fundo pode saber que ela vai cantar a versão em português por cima. "Menina Linda" é uma das mais famosas, e a versão nacional é uma interpretação free style de <a href="https://www.youtube.com/watch?v=5en2JMLA8Z0">"I Should Have Known Better"</a> com uma letra completamente inapropriada: "Deixe essa boneca, faça-me o favor/ Deixe isso tudo e vem brincar de amor (...) Menina linda eu lhe adoro/ Menina pura como a flor/ Sua boneca vai quebrar/ Mas viverá o nosso amor". Pensem bem: às vezes juntos e shallow now está nos salvando de ouvir coisa pior.</center>
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Poderia passar o dia inteiro falando sobre versões nacionais de músicas dos Beatles, mas vou deixar aqui <a href="https://www.youtube.com/watch?v=vEAt-RQMjtM">"Dançar Com Você"</a>, releitura de <a href="https://www.youtube.com/watch?v=B7X1oUfa8uE">"I'm Happy Just to Dance With You"</a>, que aparece no filme Barbie Estrela do Rock (se você já viu esse filme pelo amor de DEUS deixe um comentário), e a versão traduzida bem charmosa da Rita Lee pra <a href="https://www.youtube.com/watch?v=4CiPqH37bGg">"Here, There and Everywhere"</a>, de um cd em que ela grava vários covers da band com algumas versões traduzidas. </center>
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7) Astronauta de Mármore (David Bowie - Starman)</center>
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Se o David Bowie aprovou essa quem sou eu pra dizer alguma coisa, né?? Para saber mais sobre a aventura louca que permitiu que essa música acontecesse e detalhes sobre o STORYTELLING da versão,<a href="https://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2012/06/05/nos-40-anos-do-classico-de-bowie-lider-do-nenhum-de-nos-explica-versao-de-starman.htm"> confira esse link</a>.</center>
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8) Minha Fantasia (Lenny Kravitz - It Ain't Over 'Til It's Over)</center>
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Como natural de Uberlândia (MG) não poderia deixar de colocar esse fruto da minha terra, "Minha Fantasia", que provavelmente é meu pagode favorito (sem bairrismo). A versão do Só Pra Contrariar é uma releitura completa da original: enquanto "It Ain't Over 'Til It's Over é uma canção que fala sobre o amor duradouro que supera todas as adversidades, em "Minha Fantasia" Alexandre Pires celebra a pulada de cerca da pessoa amada e torce pra que ela cometa um novo deslize e realize suas fantasias. Que delícia??</center>
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A substituição da introdução instrumental pelo <span style="background-color: white; color: #545454; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: x-small;">♪</span> <i>la-laiá</i> <span style="background-color: white; color: #545454; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: x-small;">♪ </span>do pagode é 13/10.</center>
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9) Long Live (Taylor Swift - Long Live)</center>
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Não é preciso voltar ao século XX pra se espantar com as versões brasileiras de grandes hits internacionais e nem é a primeira vez que Paula Fernandes se coloca nessa situação. Sou da época que a Taylor Swift não disponibilizava as músicas no Spotify e descobri essa pérola depois de por alguns segundos acreditar que poderia ouvir "Long Live" na plataforma. E olha a ousadia: a música não é simplesmente uma versão qualquer, mas um dueto internacional, um feat que só serviu pra passar vergonha. Quando lembro desse evento sempre me pergunto se aconteceu ou foi um delírio coletivo.</center>
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Juntos e shallow now já deu certo demais.</center>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiptEGhiNhRp9svsHrT_lzp2MIrClFBaMnBdjY4hWZ0-6k0cwR2g16AoVyc7uKAp6XNETBivpyLmY7eg0HDoHQ9A7LHEVBB5OUK5FkRgANc47tzc4mlyjhsfEM5XKeJ0VAbp43tMTW0PcE/s1600/paulafernandes.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="169" data-original-width="739" height="145" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiptEGhiNhRp9svsHrT_lzp2MIrClFBaMnBdjY4hWZ0-6k0cwR2g16AoVyc7uKAp6XNETBivpyLmY7eg0HDoHQ9A7LHEVBB5OUK5FkRgANc47tzc4mlyjhsfEM5XKeJ0VAbp43tMTW0PcE/s640/paulafernandes.png" width="640" /></a></div>
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Anna Vitóriahttp://www.blogger.com/profile/09694579643174167659noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4371176829398571951.post-91551215800499611492019-05-15T09:14:00.000-07:002019-05-15T09:14:49.257-07:00Então eu vi o filme do Capitão AméricaMinha vida se divide entre Antes do Perfil do Chris Evans na GQ (APCCEGQ) e Depois do Perfil do Chris Evans na GQ (DPCEGQ). O texto é de 2011, mas só chegou até mim em 2016, e Antes do Perfil do Chris Evans na GQ eu achava que o Chris Evans era apenas um Chris no meio do mar de homens brancos e fortes de olhos azuis que Hollywood nos oferece. Também nunca me interessei pelo Capitão América porque sempre achei o discurso nacionalista muito cafona, um julgamento que fiz do personagem com base no seu nome, no uniforme, e no síndico do prédio em que meu pai morava.<br />
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Explico: o síndico do prédio que meu pai morava era militar, e além da farda ele realmente vestia a identidade de síndico de prédio. Essa informação foi suficiente pra que meu pai começasse a chamar o síndico de Capitão América pelas costas, e foi suficiente pra que eu associasse o Capitão América, o herói Capitão América, a essa narrativa de síndico de prédio e à síndrome do pequeno poder que vem com o cargo.<br />
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Pensando bem, o que é o americanismo se não uma síndrome de síndico de prédio do resto do mundo? Divago...<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgxlZxmsb-qR1orpcUVlrk7hnAam8hF77KgPMddXKv-b9rY-qPb9F_vnQg0cUzH-KjCaKbY8glBHPaIxQ1IW9lh0ikb-H0Lqb_VoKWN6c8mPKam0KvQeX0_QcI74kV6p-BryVzDywCimk/s1600/Chris_Evans_in_Cap_1952091a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="388" data-original-width="620" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgxlZxmsb-qR1orpcUVlrk7hnAam8hF77KgPMddXKv-b9rY-qPb9F_vnQg0cUzH-KjCaKbY8glBHPaIxQ1IW9lh0ikb-H0Lqb_VoKWN6c8mPKam0KvQeX0_QcI74kV6p-BryVzDywCimk/s400/Chris_Evans_in_Cap_1952091a.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Proibido som alto depois das 22h</td></tr>
</tbody></table>
O <a href="https://www.gq.com/story/chris-evans-gq-july-2011-cover-story">perfil do Chris Evans na GQ</a>, escrito pela Edith Zimmerman, oferece tudo que uma boa história precisa: tensão sexual, palhaçadinhas, pessoas bonitas e grandes confusões envolvendo uma matéria jornalística completamente irresponsável, tudo isso protagonizado por um homem que é um golden retriever humano. Esse parágrafo é melhor que todos os gibis já escritos.<br />
<blockquote class="tr_bq">
<i>"But in the days since my first interview with Chris Evans, I'd drunk myself under the table, snuck out of his house at five thirty in the morning, bummed a ride home off a transsexual, been teased mercilessly in front of his mother, and now—this bit in the paper. </i></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<i>I don't remember touching his chest, which is too bad."</i></blockquote>
É a história de origem perfeita, o que eu precisava para sedimentar o mito Chris Evans na minha mente e no meu coração, e todo mundo sabe que é preciso um bom mito pra um herói existir.<br />
<br />
Outro problema é que as pessoas no geral são PÉSSIMAS pra falar sobre filmes de herói. No caso do Capitão América era todo um papo sobre Segunda Guerra Mundial, patriotismo, vilão nazista megalomaníaco e, sinceramente, quem se importa? No entanto, preciso reconhecer que foi até bem esperta a decisão de ambientar o filme num momento histórico em que o inimigo é claramente outro, é como se o Capitão América fosse o Haddad no segundo turno.<br />
<br />
O jeito certo de falar sobre <i>Capitão América: O Primeiro Vingador</i> é dizer que o que move o filme é a relação entre Steve Rodgers e seu melhor amigo, Bucky Barnes. O Capitão América só deixa de ser um instrumento de propaganda americana quando vai pra guerra salvar o Bucky. Essa é a história que fica.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmbPnR5fowQwhzrOuMR5tml7q65KVxtgNuoso-c72xhR9gXCm1QLRoik6VwDo1zGvtju-ELS2BMtXMHGOrDXVEWVzyv0zbimTcfBLFStkg2quSrvz0dpm6fX8gkvqNJscc2Rs3LudPNLY/s1600/bucky_barnes_captain_america__by_spider_maguire_dagi2nv-fullview.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="576" data-original-width="1024" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmbPnR5fowQwhzrOuMR5tml7q65KVxtgNuoso-c72xhR9gXCm1QLRoik6VwDo1zGvtju-ELS2BMtXMHGOrDXVEWVzyv0zbimTcfBLFStkg2quSrvz0dpm6fX8gkvqNJscc2Rs3LudPNLY/s400/bucky_barnes_captain_america__by_spider_maguire_dagi2nv-fullview.png" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">I love boyfriends</td></tr>
</tbody></table>
Pode ser um desserviço interpretar como romântica qualquer relação afetiva mais explícita entre dois personagens masculinos, mas todas as tentativas de criar uma tensão sexual e romântica entre o Steve e a Agent Carter são tão forçadas nesse filme que quase escuto os roteiristas gritando "NO HOMO" enquanto escrevem as cenas. Depois do Perfil do Chris Evans na GQ, sabemos que o Chris Evans é aquela pessoa capaz de fazer com que qualquer interação pareça um flerte, não explorar isso em todas as frentes possíveis me parece um desperdício do potencial desse prolífico ator.<br />
<blockquote class="tr_bq">
<i>"I also didn't know how much I was supposed to respond; when I did, it sometimes felt a little like hitting on the bartender or misconstruing the bartender's professional flirting for something more. I wanted to think it was genuine, or that part of it was, because I liked him right away. </i></blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<i>Is this the part of a celebrity profile where I go into how blue the star's eyes are? Because they are very blue."</i></blockquote>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzqbnur6BOvS_G_GN4xu5hI5rGV3K8zbdd_HYuMbeT0GFe-LicwFkAl2wAmXgB1BC6yYZyIIX2xGeDuB4cWBzKx5n-b2XepGdAHKCMtmKWdThPwKe26xJL6tDt23pNxZy1ysOVAd956bc/s1600/630b8feb436ceb11_tumblr_n341opxDl21r5a08so2_r1_500.xxxlarge.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="290" data-original-width="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzqbnur6BOvS_G_GN4xu5hI5rGV3K8zbdd_HYuMbeT0GFe-LicwFkAl2wAmXgB1BC6yYZyIIX2xGeDuB4cWBzKx5n-b2XepGdAHKCMtmKWdThPwKe26xJL6tDt23pNxZy1ysOVAd956bc/s1600/630b8feb436ceb11_tumblr_n341opxDl21r5a08so2_r1_500.xxxlarge.gif" /></a></div>
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Vocês vão perceber que muitas das escolhas que faço na vida e depois venho relatar neste diário virtual acontecem porque eu estava triste e precisava de algo para me animar, e não foi diferente com a decisão de assistir <i>Capitão América: O Primeiro Vingador </i> em abril de 2019. Quando o primeiro filme dos Vingadores chegou aos cinemas eu tinha 18 anos, 2012 era um outro plano astral, e era fácil descartar o Capitão América como um mocinho básico e desinteressante. Lembra quando a gente gostava de anti-heróis? kkk<br />
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Sete anos depois acho que não tem nada mais radical do que um herói de coração bão e que quer fazer do mundo um lugar melhor. Depois do Perfil do Chris Evans na GQ eu vi que isso podia ser muito sexy também, e é isso que importa no fim das contas.<br />
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7/10<br />
<br />Anna Vitóriahttp://www.blogger.com/profile/09694579643174167659noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4371176829398571951.post-85604728785612554362019-05-10T09:30:00.004-07:002019-05-10T09:30:47.942-07:00Todos os bons cachorros-quentes vão pro infernoNão tenho interesse em falar aqui sobre minha relação filosófica e política com o veganismo, mas é importante que vocês saibam que minha família em São Paulo é vegana e eu estou num lento e errático processo de transição que será oficializado quando tiver coragem de assumir isso pra minha família extremamente mineira de Minas Gerais e quando eu sentir que comi toda a minha cota de queijo nessa vida. A gente tem que saber quais batalhas é capaz de lutar.<br />
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Na atual conjuntura tenho me permitido comer o que me traz alegria. Na maior parte das vezes, por questões filosóficas, políticas, intestinais, dermatológicas e porque quem tem cogumelo tem tudo nessa vida, uma alimentação vegana é o que tem me trazido alegria, mas tem dias que eu simplesmente preciso comer um cachorro-quente. Quarta-feira foi um desses dias.<br />
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A bordo do <i><a href="https://trash-advisor.blogspot.com/2019/05/809u-10-cidade-universitaria-metro.html">80910-U Cidade Universitária - Metrô Barra Funda</a></i> sempre passo por um carrinho de cachorro-quente próximo da Biblioteca Brasiliana, em frente a praça do Relógio Solar (fonte: divulgação). Depois de olhar o lugar com curiosidade algumas vezes, decidi descer duas paradas antes da minha pra ver qual era. O estabelecimento <i>Big Dog</i>, como o nome sugere, é especializado em cachorro-quente, mas também oferece açaí e mais algumas outras coisas que esqueci. Mas o importante aqui é o cachorro-quente.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaJKupcyWzl4p9Xfwy-geD0X1UPwSp0XtzJynwFwC4aDvm3kpLk2X3440lN1qol9c1zL67vuc2a0zDnTdWmSMDy2DObGzsEak5rBcmK_r_z4Ylx6Ew3Euzi8jxEgwiW_NuORcnzB6JYNw/s1600/IMG_4324.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaJKupcyWzl4p9Xfwy-geD0X1UPwSp0XtzJynwFwC4aDvm3kpLk2X3440lN1qol9c1zL67vuc2a0zDnTdWmSMDy2DObGzsEak5rBcmK_r_z4Ylx6Ew3Euzi8jxEgwiW_NuORcnzB6JYNw/s400/IMG_4324.JPG" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">(Fonte: acervo pessoal)</td></tr>
</tbody></table>
<br />O diferencial do estabelecimento <i>Big Dog</i>, como pude notar nas duas vezes em que estive lá, é a possibilidade de substituir o clássico pão de cachorro-quente pelo pão de baguete. Eles cobram uns R$2,00 a mais por isso (valor aproximado), mas faz muita diferença no resultado final. Ouso dizer que a mágica do estabelecimento <i>Big Dog</i> está nesse pão de baguete com parmesão. Também é possível colocar salsichas adicionais por R$1,50 cada (valor aproximado), e acredito que duas salsichas seja a medida ideal se você estuda à noite e, assim como eu, se pega no limiar horrível de antes-da-aula-é-muito-cedo-pra-jantar-mas-se-eu-só-comer-um-lanche-básico-vou-morrer-de-fome-antes-das-21h.<br />
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Também é importante que vocês saibam que me considero uma minimalista gastronômica, o que significa que odeio TRENHEIRA (do mineirês: muitos trens, muita coisa, muita informação) na comida. Embora o estabelecimento <i>Big Dog</i> ofereça uma vasta gama de possibilidades de recheio para o cachorro-quente (cheddar, catupiry, milho, ervilha, vinagrete, purê de batata, ketchup, maionese, mostarda, queijo ralado e batata palha), o meu é sempre basiquinho: duas salsichas, ketchup, maionese, mostarda e batata palha. Sinto que o tiozinho fica um pouco chateado diante das minhas sucessivas recusas ("Cheddar?" não, obrigada; "Catupiry?" não, obrigada; "Vinagrete?" não, obrigada, só os molhos e batata palha; "E queijo ralado?" também não, obrigada), mas não é pessoal.<br />
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A simpatia desse tiozinho e das outras pessoas que trabalham no estabelecimento <i>Big Dog</i> é outro ponto forte do local, um dia eu vou aceitar o purê de batata só pra ver esse homem sorrir. Em breve pesquisa no Google descobri que o estabelecimento <i>Big Dog</i> é uma empresa familiar que existe há 40 anos na USP, "alimentando gerações". A página deles no Facebook é uma das poucas coisas puras que ainda existem naquela rede social e o <b>Trash Advisor</b> apoia essa causa.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0AzukUddsYFkms89AB64fi6ptIDXleQ8cYhVe_QWM9giY1gIX65aZFxmEl2t61bMbN3SscljcsrX63P5t0KDA3uslziNpexfGfgYX13Sl4fn5RInpLgBv3FbPVW4n7YSjUXX1cPhXsGw/s1600/bigdog.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="477" data-original-width="695" height="273" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0AzukUddsYFkms89AB64fi6ptIDXleQ8cYhVe_QWM9giY1gIX65aZFxmEl2t61bMbN3SscljcsrX63P5t0KDA3uslziNpexfGfgYX13Sl4fn5RInpLgBv3FbPVW4n7YSjUXX1cPhXsGw/s400/bigdog.png" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">(Fonte: divulgação)</td></tr>
</tbody></table>
<br />Na minha última visita paguei R$16,50 (valor exato) pelo cachorro-quente + um doce pingo de leite. Não é exatamente barato, mas em São Paulo tudo é caro. Além de ser um lugar que vale a pena frequentar quando se busca aquele carinho estômago, o estabelecimento <i>Big Dog</i> vai além e oferece também um carinho na alma.<br />
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8/10<br />
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Como hoje é sexta-feira, gostaria de deixar vocês com uma #pensata. Pode parecer contraditório eu estar nessa jornada vegana e gostar tanto de cachorro-quente, mas a verdade é que o cachorro-quente é um dos pratos mais facilmente adaptáveis à dieta vegana sem perda de qualidade. A salsicha de origem animal é tão de mentira que é perfeitamente possível substituí-la por um troço igualmente artificial, mas sem proteína animal. O importante são os compostos químicos, o gostinho de césio-137 e a manutenção da tradição fast-food de oferecer um prato meio podrão e sem frescura. Não é o caso do que a maioria dos estabelecimentos faz, vendendo uma proposta <i>gourmet</i> e saudável, e essas pessoas estão erradas. Não faz parte do <i>ethos</i> do bom cachorro-quente ser saudável ou chique.<br />
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Devido ao desmonte das universidades públicas ontem eu também precisava muito comer um cachorro-quente e fui atrás dele no estabelecimento <i>Fôrno</i>, no centro de São Paulo. Na verdade eu queria mesmo era comer uma pizza, mas como meus amigos escolheram o <i>hot-dog</i> eu pedi também porque não queria passar vontade. Ele era minimalista do jeito que gosto, com linguiça especial apimentada na medida certa e uma mostarda muito gostosa. A quantidade insana de batata frita transforma isso numa refeição. Adorei, mas era um cachorro-quente de R$25,00 que não oferecia o tipo de emoção que busco quando como um cachorro-quente. Aí não.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii6-VH9W9sh8U0zF_tUSvTzoEz19SaysyEC3Z270xktYmPJbCHvNSpeBP-R1HzNvQKNhEOvbbekAudXfgq4mewdUkC-lZIdUJJ4imoVFcuuflqdQZm7OYR28yMhtkRJhWWBWLgmhcFNYM/s1600/IMG_4335.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii6-VH9W9sh8U0zF_tUSvTzoEz19SaysyEC3Z270xktYmPJbCHvNSpeBP-R1HzNvQKNhEOvbbekAudXfgq4mewdUkC-lZIdUJJ4imoVFcuuflqdQZm7OYR28yMhtkRJhWWBWLgmhcFNYM/s400/IMG_4335.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">(Fonte: acervo pessoal)</td></tr>
</tbody></table>
<br />É engraçado como existe o mito de que toda alimentação é vegana é saudável. As pessoas descobrem que a bolacha Oreo é vegana como se isso fosse revolucionário, quando na verdade só significa que nada ali é natural ou provém do reino dos céus. Eu acredito nesse potencial do cachorro-quente vegano. Fica aí a reflexão.<br />
<div style="text-align: right;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>You cover up is caving in</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>Man is such a fool, why are we saving him?</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>Poisoning themselves now</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>Begging for our help, wow</i></div>
Anna Vitóriahttp://www.blogger.com/profile/09694579643174167659noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4371176829398571951.post-45343186078763712612019-05-09T06:54:00.004-07:002019-05-09T08:18:29.868-07:00809U-10 Cidade Universitária - Metrô Barra FundaDescobrir a linha <i>809U-10 Cidade Universitária - Metrô Barra Funda</i> revolucionou a minha vida, o que faz dessa uma resenha completamente enviesada.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyaD1jzhTyukGsTsTkJQqd02YdEVPnpb9xt8ACjiwqXVOV4unXzEJwINdEOoMFWHs82Xsw7VP1ffmrfzrjgby-G-PKub1Y-CRS7Lrw0CXxvCdlHEszjn5iQCDYFYVkCfMEHCeJoX6_2qs/s1600/sptrans_linha_809u2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="372" data-original-width="672" height="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyaD1jzhTyukGsTsTkJQqd02YdEVPnpb9xt8ACjiwqXVOV4unXzEJwINdEOoMFWHs82Xsw7VP1ffmrfzrjgby-G-PKub1Y-CRS7Lrw0CXxvCdlHEszjn5iQCDYFYVkCfMEHCeJoX6_2qs/s400/sptrans_linha_809u2.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nunca errou (só às vezes)</td></tr>
</tbody></table>
<div>
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<div>
Teoricamente eu moro perto da USP: são 20 minutos de carro nas condições ideais de temperatura e pressão (CNTP) - a saber, fora do horário de pico, sem chuva ou qualquer outra hecatombe do tipo (guardar para referências futuras). A graça de morar em São Paulo é que esse trajeto de 20 minutos vira fácil uma viagem de uma hora e meia se você pega dois ônibus e faz uma baldeação de metrô, que era o meu percurso antes de descobrir a linha <i>809U-10 Cidade Universitária - Metrô Barra Funda</i>.</div>
<div>
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<div>
Não é como se essa linha fosse um segredo de estado, mas é que eu tenho muita dificuldade de pegar ônibus em São Paulo porque ou não encontro o ponto certo ou pego o ônibus no sentido errado umas duas vezes até aprender. Só que esse negócio de dois-ônibus-e-uma-baldeação-de-metrô-uma-hora-e-meia-até-chegar-em-casa estava acabando com a minha vida, então resolvi me empoderar e explorar as possibilidades oferecidas pela Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes da cidade de São Paulo (SPTrans).</div>
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No primeiro dia que decidi ir pra faculdade com o <i>809U-10 Cidade Universitária - Metrô Barra Funda</i> eu quase peguei o ônibus no sentido errado e fui me dar conta disso quando vi o ônibus certo passando do outro lado da rua e me deixando pra trás. Foi aí que descobri o único defeito dessa linha: o <i>809U-10 Cidade Universitária - Metrô Barra Funda</i> <b>demora</b>. Demora bem mais que o intervalo de 15 minutos entre um ônibus e outro que o aplicativo Moovit prevê. O Moovit, aliás, é completamente inútil quando se trata do <i>809U-10 Cidade Universitária - Metrô Barra Funda</i>, de modo que ter esse ônibus na sua rotina também é um excelente aprendizado, um chamado para abrir mão do controle e simplesmente confiar no universo. </div>
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<br /></div>
<div>
Eu já passei 50 minutos esperando o <i>809U-10 Cidade Universitária - Metrô Barra Funda</i> em condições ideais de temperatura e pressão. Eu já quase fui atropelada algumas vezes ao atravessar correndo a Avenida Pompéia porque vi o <i>809U-10 Cidade Universitária - Metrô Barra Funda</i> se aproximando do ponto do outro lado da rua. Mas o foda é que ele é lindo: a bordo do <i>809U-10 Cidade Universitária - Metrô Barra Funda</i> eu chego na USP em meia hora.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXhRNSXBsIs0_jkA01l3dW6MuKwI64UB5XxI-3-iMLGH6v4rRPy7VMb8wrGxqmysITaA30KqFWFE69RtzT3nmAXrsgNery3FUqYY8beuAuUMW2hBIYf_CjGxHZg82eoE6WMu9oz-qpAn8/s1600/267E6B54-5A0E-4B77-AABC-D6C1198B39FF.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="312" data-original-width="634" height="157" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXhRNSXBsIs0_jkA01l3dW6MuKwI64UB5XxI-3-iMLGH6v4rRPy7VMb8wrGxqmysITaA30KqFWFE69RtzT3nmAXrsgNery3FUqYY8beuAuUMW2hBIYf_CjGxHZg82eoE6WMu9oz-qpAn8/s320/267E6B54-5A0E-4B77-AABC-D6C1198B39FF.jpeg" width="320" /></a></div>
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Além disso, nesse trajeto de ida dá pra ir sentada quase sempre, um dos pontos que mais valorizo na minha rotina de transporte público. E digo mais: se o trajeto do <i>809U-10 Cidade Universitária - Metrô Barra Funda </i>demorasse uma hora e meia e o rolê dois-ônibus-e-uma-baldeação-de-metrô fosse de meia hora, eu provavelmente escolheria o <i>809U-10 Cidade Universitária - Metrô Barra Funda </i>só porque gosto muito de ficar sentada olhando a cidade pela janela. Tempo de qualidade.<br />
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No trajeto de volta, que costumo fazer no fim do dia - ou seja, longe das condições ideais de temperatura e pressão - costuma ser mais difícil encontrar um lugar vazio pra sentar, mas a maioria das pessoas desce no metrô Vila Madalena. Dentro da USP ele costuma passar em intervalos mais curtos até que os 15 minutos previstos pelo aplicativo Moovit, ou talvez eu só tenha dado sorte na semana passada. Andar no <i>809U-10 Cidade Universitária - Metrô Barra Funda </i>é uma jornada de serendipidade.</div>
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8/10</div>
Anna Vitóriahttp://www.blogger.com/profile/09694579643174167659noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-4371176829398571951.post-23228022832699846652019-05-07T12:39:00.001-07:002019-05-07T17:56:27.131-07:00A ideia de começar um blog em 2019Não era pra ser tão difícil.<br />
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Escrevo na internet há mais de 10 anos e em algum momento começaram a me levar a sério. Não sou especial nem nada, mas é que hoje em dia todo mundo leva tudo muito a sério, as pessoas se levam a sério demais. Escrever na internet me deu alguma ideia do que fazer da vida, um projeto pessoal que amo, alguns empregos, muitos amigos, rolos e romances, madrugadas insones e um tema de pesquisa que é a minha vida agora, mas escrever na internet às vezes me deixa com vontade de nunca mais escrever ou existir na internet. Eu tenho me levado muito a sério.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0XtcrWbjmGo95O2YflZujACOOzQLYDKxXAMCWBK2haImY4MRrsB0FJnECOkjron9LhJQ2BicSZIB9mCd42W_XGIq0wSm0nZLPkxSo28XRlE3GNfhqzbIT82tvDoiuyWme3cI5O5nP4Ww/s1600/IMG_2974.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="261" data-original-width="640" height="163" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0XtcrWbjmGo95O2YflZujACOOzQLYDKxXAMCWBK2haImY4MRrsB0FJnECOkjron9LhJQ2BicSZIB9mCd42W_XGIq0wSm0nZLPkxSo28XRlE3GNfhqzbIT82tvDoiuyWme3cI5O5nP4Ww/s400/IMG_2974.jpg" width="400" /></a></div>
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Quando comecei meu primeiro blog a ideia era falar sobre coisas que eu gostava muito, mas meus amigos não ligavam. Hoje em dia tenho a chance de escrever sobre os artistas que mais gosto e passar horas falando sobre o final de Mad Men sabendo que existem pessoas interessadas em ouvir, e isso é muito legal, mas ando cansada de transformar tudo que consumo em Conteúdo, fazendo da minha vida uma commodity na forma de Experiência que vai virar dinheiro na mão de grandes empresas, e que só vai me render uma crise de ansiedade quando alguém resolver usar o que escrevi pra dizer que sou uma pessoa ruim.<br />
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Talvez começar um blog seja só um jeito despretensiosamente pretensioso ou insuportavelmente ingênuo de seguir essa mesma lógica, mas é algo que quero tentar. Eu ainda trabalho com marketing digital, tiro 30 fotos iguais da minha cara até achar uma boa, estou lendo uma lista de referências que inspiraram o último disco do Vampire Weekend, compro água tônica orgânica rosé e queria uma mochila Kanken igual todo mundo, mas essa não é a minha vida inteira e não é isso que quero compartilhar. Não é uma resistência ou manifesto de coisa alguma, é só uma coisa que inventei pra perder tempo na internet.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi89aYCwQSD-csAi8mw0Agis5J7fGEQk0YAXgOIbcl_gwYojNgowcY-T_IDuazA_XgXYaVAEgl_bWqY2xT1niFFB5SCgv980NRPVKKKmycUe_F_kp97yPtdvZxP6zn01wUEOO8JaYc633U/s1600/wordpress.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="579" data-original-width="1119" height="206" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi89aYCwQSD-csAi8mw0Agis5J7fGEQk0YAXgOIbcl_gwYojNgowcY-T_IDuazA_XgXYaVAEgl_bWqY2xT1niFFB5SCgv980NRPVKKKmycUe_F_kp97yPtdvZxP6zn01wUEOO8JaYc633U/s400/wordpress.png" width="400" /></a></div>
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Esse blog é inspirado no meu tio que todos os dias descreve minuciosamente o que comeu no almoço, nos áudios gigantes que a Clara me manda com digressões inúteis sobre o caminho que fez até a faculdade, e em todas as pessoas que têm uma linha de ônibus do coração e sabem dizer o por quê. E também, é claro, no blog <a href="http://minhasrefeicao.tumblr.com/">Minhas Refeição</a>, que é provavelmente a minha coisa favorita em toda a internet. Minha ideia é falar sobre linhas de ônibus favoritas, fazer reviews de estações de metrô, listar os melhores estabelecimentos bar & lanches da cidade de São Paulo, compartilhar artes feias e trechos de música sem contexto. O nome, ideia da Clara, é uma homenagem a todas as pessoas que deixam suas opiniões no Trip Advisor e sites afins - vocês não fazem ideia da quantidade de maluco que tem lá.<br />
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Encerro esse texto de abertura com um trecho do "Poema em linha reta", do Álvaro de Campos, que diz de um jeito bonito tudo que sinto quando alguém me pede uma lista das lojas e brechós mais legais da cidade, um sentimento equivalente às personagens de Romy and Michele's High School Reunion pedindo um "business woman special" na lanchonete sem saber o que estão fazendo e o que aquilo significa.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhig2Q82yqUNA6Qln9ad1WVZzXjvRt6ibGzJO5_YDfN90PWKU1nQC9KJukfbSbgJiFJg7hdKjFdvVzj2uskzJKJQ3KkAx86wLdbv36B3Cva6FFZhiMcYn2PHTcfibUqFQEaywJdq2d_CXY/s1600/criarblog.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="463" data-original-width="803" height="230" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhig2Q82yqUNA6Qln9ad1WVZzXjvRt6ibGzJO5_YDfN90PWKU1nQC9KJukfbSbgJiFJg7hdKjFdvVzj2uskzJKJQ3KkAx86wLdbv36B3Cva6FFZhiMcYn2PHTcfibUqFQEaywJdq2d_CXY/s400/criarblog.png" width="400" /></a></div>
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"Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,<br />
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Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das <br />
etiquetas,<br />
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,<br />
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,<br />
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;<br />
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,<br />
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,<br />
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,<br />
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado<br />
Para fora da possibilidade do soco;<br />
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,<br />
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo."</div>
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(Sempre acho que esse poema é do Drummond)</div>
Anna Vitóriahttp://www.blogger.com/profile/09694579643174167659noreply@blogger.com8